A professora Audrey Lonni, da UEL (Universidade Estadual de Londrina), já depositou sete patentes durante seus seis anos de atividade como bolsista produtividade em Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
Os resultados estão relacionados ao desenvolvimento de formulações e de novas tecnologias dermocosméticas direcionadas ao skincare (cuidados com a beleza). Entre os produtos estão o desenvolvimento tecnológico de um esmalte antifúngico para tratamento de onicomicose, formulações dermocosméticas com moléculas bioetecnológicas e produtos tópicos com ativos multifuncionais para desordens cutâneas, obtidas na primeira, segunda e terceira bolsa, respectivamente.
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A pesquisadora utiliza os recursos do benefício do CNPq para fomentar o Laboratório de Inovação e de Tecnologia Cosmecêutica do Centro de Ciências da Saúde da UEL, que abriga um total de 23 estudantes de graduação e pós-graduação, desde pós doutorandos a alunos de Iniciação Científica.
A última bolsa CNPq foi renovada em abril passado, concorrendo com pesquisadores de todo o país. Os critérios para renovar o benefício incluem relevância, originalidade, caráter inovador do projeto e impacto social.
Potencial
Estes estudos são importantes se considerado o potencial da cadeia de dermocosméticos. O Brasil ocupa o quarto lugar no consumo mundial de produtos de beleza e é o segundo maior lançador de produtos estéticos, conforme a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). Dados coletados pela plataforma Statista, especializada em coleta de informações, indicam que a venda de cosméticos e higiene pessoal no Brasil pode ultrapassar os R$ 130 bilhões dentro de dois anos.
De acordo com a professora, a proposta aprovada na atual bolsa do CNPq prevê o desenvolvimento de novos produtos multifuncionais para tratamento de desordens cutâneas que afetam toda a extensão da pele.
Segundo ela, nos próximos dois anos os pesquisadores estarão empenhados ainda no desenvolvimento de produtos tópicos a partir de ativos biotecnológicos como nanopartículas de prata, além de ativos naturais como óleos essenciais produzidos a partir de orégano, canela e melaleuca. A professora explica que estas substâncias são eficientes no tratamento de infecções e ajudam no fortalecimento do microbioma cutâneo.
“Muitos consumidores buscam um estilo de vida pautado em princípios éticos, conciliando saúde e respeito aos recursos naturais e ao meio ambiente. Dessa forma o setor de produtos tópicos de origem natural e orgânica está em ascensão, com grande potencial de crescimento”, define a pesquisadora. Ela explica que outra tendência do mercado está no diferencial competitivo, como por exemplo os ingredientes inovadores e multifuncionais, de origem sustentável, desde que agreguem benefícios às formulações.
“Nosso grupo de pesquisa tem expertise para incorporar diferentes ativos em formulações de uso tópico, sendo que muitas tiveram inclusive patentes depositadas ou concedidas”, afirma a professora.
Pesquisa em andamento
Outro resultado esperado para os próximos dois anos são as orientações de pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de dermocosméticos. Ela enumera que estão em andamento pesquisas feitas por quatro mestrandas das áreas de Ciências Farmacêuticas, Microbiologia e Biotecnologia.
Os temas destas pesquisas estão relacionados à avaliação do potencial de derivados de aveia branca para cosméticos petcare, transformação de fio de seda em dermocosmético, desenvolvimento de formulação contendo rutina para uso em pacientes oncológicos. Também avaliação de tratamento associando corticoide e extrato de semente de fava tonka para tratamento de psoríase, desenvolvimento de produtos capilares com biomoléculas antimicrobianas e uso de antimicrobianos contendo sinvastatina e nanopartículas de prata para dermatófitos de uso veterinário.