O inverno costumava ser mais frio e mais úmido.
O limo provocado pela garoa fina e constante tingia as telhas e também as calçadas deixando tudo muito liso e esverdeado.
O jogo já estava marcado.
O frio era intenso, mas a sede de bola maior.
Retira-se a roupa de inverno composta por tocas, blusas, meias e apetrechos de lã.
Rapidamente, pulando e esfregando estamos todos de calção, camiseta e meias longas que cobrem até os joelhos das pernas arrepiadas.
O campo, na praça, é meio grama meio lama. Na raça jogamos...
Enquanto isso, em casa, a panela de pressão suspirando vapor distribui o cheiro de costela pela casa. A mandioca que chegou da roça no dia anterior foi lavada, descascada e aguarda a sua vez em uma bacia com água.
O jogo encerra o primeiro tempo, os times trocam de lado e continuam sem descanso: não dá pra parar e esfriar.
No fogão, a panela grande com a costela já macia e dourada recebe a mandioca e mais alguns ingredientes como a cenoura e folhas de couve, refoga-se tudo junto e vem a água fervente. Panela tampada, fogo baixo, tudo com muita calma e é só aguardar.
Fila no chuveiro dos fundos, o barro não permite entrar em casa, bucha, sabão, toalha e de volta as roupas de frio.
Do panelão no meio da mesa saem grandes conchas de restauração, cheias de sabor e perfume que aquecem o estômago e sustentam o corpo.
Neste dia a única coisa melhor que a vitória por 6 a 4 foi a maravilhosa sopa de costela com mandioca.
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