Arroz doce
O sol começa a raiar, seus raios intensos de luz e calor refletem o orvalho que amanhece cobrindo tudo como um úmido véu prateado.
O passaredo se estica, alongando as asas e logo todo tipo de silvo anima quem madrugou.
Encostado na enorme figueira, o tratador observa o cocho vazio e a porcada dormindo. Tudo muito rústico.
Debaixo de um coberto estão as paridas com a leitegada, do lado de fora as solteiras e a porcada que cresce solta, protegida pelo cercado de varas fincadas no chão.
No canto do chiqueiro, em um alojamento coberto e calçado está o capão, roncando, esbanjando gordura dos pés à cabeça.
As mãos firmes e grossas descem dos ombros o grande saco com algumas abóboras e espigas de milho. Abre uma espiga e segurando pela palha bate com ela no cocho.
ALVOROÇO...
Grunhidos, roncos e atropelo. O rebanho acinzentado com manchas pretas entra em ebulição.
O facão racha as abóboras que vão caindo e imediatamente são abocanhadas, algumas espigas jogadas ao longe esparramam a confusão.
A gritaria acorda o capão que levanta com calma e fuça seu cocho. Ali, milho debulhado e amolecido no soro de leite que ele sorve apressadamente.
Em poucos dias a grande fartura, latas de banha, linguiças, torresmos, carne na lata e para a nobreza o melhor pedaço;
O lombo que vai pra caçarola. Muito gordo nem precisa de banha, ali vira pra lá e pra cá, dourando devagarinho, ganhando sabor, textura e cor.
Na mesa a beleza e o sabor do lombo, graças ao Piau.
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