O enorme cacho envergava o caibro, a cordinha de juta bem trançada unia o talo cortado à madeira.
Os belos frutos num amontoado organizado de cima prá baixo, dos maiores aos menores amaduravam devagar, trocando a coloração várias vezes num "Ton sur ton", esverdeado e amarelado.
Na sombra do barracão o cheiro adocicado esparramava e as Jataí sorviam as gotículas que brotavam das cascas já começando a rachar enquanto o umbigo antes roxo agora secava encostando no piso de terra batida.
Recostado na prancha de Peroba dava pra ver o bananal. Que fartura...
Aos pés das bananeiras os brotos se multiplicavam e com poucos tratos produziam o ano todo. Numa constância generosa, nasciam, produziam e morriam.
Na nossa casa a banana abundava.
Meu pai cresceu numa fazenda de bananas no litoral paulista, e o hábito permaneceu entranhado na família.
A faca afiada separava a penca madura do cacho, a boca aguava enquanto a casca caia, algumas eram saboreadas in natura e outras abasteciam as despensas.
As matriarcas aproveitavam a abundância e trabalhavam as mais diversas receitas com a polpa de massa suculenta e saborosa que podiam ser cozidas, assadas ou fritas e também transformadas em doces, balas, bolos e tortas.
Bem amassada com açúcar virava um creme. Nesta base, ovos, farinha e fermento faziam a massa que bem assada virava torta.
Vinha pra mesa coberta por uma calda grossa, fumegante e enfeitada por bananas picadas.
Assim fomos muito bem criados consumindo bananas às pencas.
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