A lógica é simples:
Muita água então muito peixe.
De fio a pavio os rios costuram o nosso mapa. São bacias imensas que compõem o nosso território.
Fluindo nas coxilhas, nos campos gerais, nas florestas, no cerrado, no sertão, fazendo vales entre as serras e desaguando no imenso litoral.
Nosso povo se desenvolveu litorâneo e ribeirinho. Tirando força e coragem da imensa fartura de pescados de água doce ou salgada.
Assim faz parte da nossa cultura gastronômica uma infinidade de pratos que utilizam pescados dos mais diversos tipos e tamanhos.
Que variedade, pacu, pintado, tambaqui, lambari, sardinha, tainha, robalo, e mais um livro todo de espécimes comestíveis, todos deliciosos.
As receitas então são tantas quanto as cozinheiras.
A bacia de alumínio reflete o sol que passa pela janela da cozinha.
Em tempos de muitos pintados no Tibagi, um belo exemplar está sobre a mesa. A cabeça e o rabo são separados e corpo cortado em postas.
Tudo é muito bem lavado e seco, em seguida para a bacia.
Primeiro o limão que é espremido e esfregado pedaço por pedaço, em seguida sal, pimenta, cheiro verde e azeite. Tudo é coberto por um pano branquinho e fica ali enquanto tomates, cebolas, pimentões, dentes de alho e algumas batatas são fatiados e misturados.
A panela de barro fumaceia no fogão, um pouco de óleo e azeite de dendê e lá vão camadas da mistura de verdura intercaladas por belas postas de pintado terminando com leite de coco e o caldo da marinada. Tampada, cozinha em fogo baixo.
Da cabeça e rabo é feito um caldo que com a carne desfiada mais temperos e farinha de mandioca vira pirão.
Prato colorido, perfumado, saboroso. Peixada.
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