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O Natalino

20 dez 2017 às 13:41

Ainda é bem cedo, mas estou acordado. O dia promete...
Antevéspera de Natal os preparativos estão fervilhando, árvore, presentes, meias penduradas, visitas chegando, tudo seguindo o delicioso e intenso ritual que precede a data mais importante para nós Cristãos.
Umas dez e meia, palmas no portão. Olho pelo vão da cortina e vejo um mulato de sorriso aberto mexendo na carroceria da velha camionete. Corro para lá a tempo de assistir aquela ave amarrada pelos pés chacoalhando e batendo as asas freneticamente.
"Que bicho feio".
Originário das florestas frias da América do Norte, o Peru se transformou em uma tradição americana do dia de "Ação de Graças", daí para o Natal brasileiro.
No fundo do quintal, amarrado ao pé de limão galego, já tem uma certa pose. Muito bem tratado fica por ali, descansa e come até o sol raiar no dia de seu sacrifício.
Minha mãe segura a cabeça e abre o bico, minha avó despeja colheradas de cachaça. Isto acontece diversas vezes no decorrer do dia.
Ave grande e forte, de carne escura e firme, precisa deste ingrediente para que ao ser assada fique macia e suculenta.
Mãe, por que o peru ta bêbado?
"Pra amaciar a carne".
Depenado, na bacia, coberto por uma vinha d’alhos que perfuma e saboriza, repousa na geladeira e então assadeira e forno.
Na mesa muita fartura. Entre diversos pratos ele reina absoluto. Imponente pelo tamanho, lindo pelo dourado, perfumado pelas especiarias, tenro pela bebida, disputado pedaço a pedaço até que se lambisquem os ossos.
Bendito seja o peru pelo seu sacrifício que enche de lembranças e sabores a noite de Natal.

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