A grande carreta com suas enormes rodas de madeira vem cortando os campos gerais. Vem pesada, lenta, chiando e chacoalhando, esparramando seu canto solitário desde as coxilhas gaúchas, passando pelos campos catarinenses, atravessando o planalto paranaense até os centros consumidores do Brasil central.
Nesta toada vem o carreteiro, conversando com os bois que com muita força e paciência deslocam a pesada carga de charque.
As paradas são distantes.
A marcha começa pouco antes do sol nascente e atravessa o dia, sob sol ou chuva, calor ou frio, numa dura labuta diária.
A fome aperta.
Ainda com um resto de luz do sol a carreta para.
O fogo é aceso e sobre ele ajeita-se a panela de ferro. Alguns passos até a lata grossa e bem fechada. Dali retira-se um pouco de banha que vai para a panela e começa a derreter, da trança de alho dois dentes retirados e picados e que agora douram junto com a cebola emanando um bouquet que se mistura ao anoitecer.
Então a carne escaldada e picada faz companhia para os demais ingredientes juntamente com o arroz.
Um pouco de água e é só aguardar.
Sentado ao pé de frondosa árvore, avistando campos sem fim, um anoitecer onde o céu em brasas aos poucos da vezes à lua.
Nas mãos o prato esmaltado abastecido pela refeição quente e saborosa que vem a boca em grandes colheradas, saciando, confortando e nutrindo.
História, tradição e muito sabor: arroz de carreteiro.
Confira aqui o passo a passo da receita.