Mineirice

Meu sogro é mineiro de Barranco Alto, um patrimônio bem próximo a Alfenas, terra da minha sogra. Estamos falando do montanhoso sul de Minas Gerais, terra de muito café, leite e derivados.
Acostumados com a lida rural, muitos desta região vieram desbravar as ricas terras do norte do Paraná, e logicamente além das malas sobre caminhões e ônibus trouxeram também sua cultura para se embrenhar na poeira vermelha.
E quanta cultura: dos uais, poquins, oces, conversam em "mineirês". Chapéu de palha, botina, camisa xadrez, comendo quitandas no café da tarde, enchendo a Igreja na manhã do domingo pra depois bebe uma pinguinha cocês.
Trouxeram seus hábitos, misturaram um pouco e se habituaram...
O namoro ficou mais sério, começo a freqüentar a família.
Como sempre, prefiro entrar pela porta da cozinha, sempre predisposto a novas aventuras culinárias.
Até aqui eu tinha um bom conhecimento culinário, pois sempre gostei muito, mas nunca havia convivido frente a frente com as "mineirices" gastronômicas.
Tudo é bem fritinho, sequinho, afogadinho, assadinho, etc.
Entre lombos, pernis, pães de queijo, goiabadas, tutus, e muitas outras riquezas que me foram apresentadas, tenho que destacar a que realmente me agrada por demais.
O frango caipira bem refogado, dourado, em um molho intenso de cebola, tomate, ervas, cozido até soltar os ossos. Na panela de ferro preta tudo borbulha, então colheradas de farinha de milho crocante absorvem o caldo delicioso, mas mantêm a umidade. Algumas azeitonas, salsinha batidinha e pronto; Temos um belo "Frango Mexido".
Ainda bem que fez bastante...

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