Tudo era manual, inclusive o plantio.
O barracão era bem grande. O da ferramentaria tinha os vãos entre as grossas tábuas de peroba fechados por mata-juntas e o piso cimentado igual ao terreirão.
Nas paredes ganchos suportavam os mais diversos apetrechos, desde fios, arames, cordas, passando por martelos, alicates entre outros. No chão, caixas escoravam enxadas, machados, serras e peneiras e recostadas nas paredes estavam as plantadeiras manuais.
Tudo precisava da mão calejada: abrir, roçar, carpir, preparar, plantar, cuidar e colher. Pra cada atividade a sua ferramenta.
Assim, o milho era plantado. A cada batida o solo se abria, a catraca abria pra semente descer, o pé empurrava a terra, o suor pingava.
Logo na primeira chuva o caroço germinava, vingava, crescia e produzia. Seco era dobrado e apanhado e da roça vinha no balaio no lombo do burro até o moinho.
Dois bois atrelados na canga giravam a enorme pedra que rodava sobre outra pedra, os grãos iam sendo empurrados e no atrito entre as duas o milho ia moendo, para em seguida ser peneirado e classificado do mais grosso até o mais fininho.
Do milho que foi verde, agora tudo era fubá...
No armazém já ensacado era vendido por latas de litro e a receita variava conforme a origem de quem fazia.
O prato também dependia da granulometria.
Do mais grosso saiam as broas, dos médios as polentas e o mais fininho ganhou até apelido: "O mimoso".
O nome com certeza derivou das variadas receitas onde era ele o artista principal; bolos e tortas doces e salgados que foram e serão sempre um agrado, um carinho, um mimo nas nossas refeições.
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