O calor estava intenso.
O carro estava parado há alguns minutos na sombra de uma mangueira.
Vidros fechados, poeira baixando. O pó fino e vermelho deitava cobrindo tudo.
"Já podemos descer" diz meu pai já abrindo a porta.
Bem ali à frente, uma cerca de balaústres faz o contorno de um gramado que por sua vez adorna uma construção de madeira. Tábuas de peroba intercaladas com matajuntas, telhado com telhas de barro, tudo muito rústico.
Atravessamos o gramado batendo a poeira da roupa até a escada de quatro grandes degraus que leva até a porta dupla, entrada do estabelecimento.
Que bela visão: mantimentos, utensílios e ferramentas, arrumados em balcões e prateleiras ou simplesmente empilhados no chão ou pendurados nas amplas paredes. Tudo foi muito bem espanado e varrido, tudo brilha, tudo colore, tudo encanta.
No balcão enquanto bebemos tubaína geladinha, Seu Dito com nossa lista na mão vai pegando os itens e colocando em um saco branco, com agilidade rapidamente organiza tudo o que foi pedido.
Por fim, traz para o balcão quatro longos pacotes azuis entrega na minha mão e diz: "Este você leva no colo para não quebrar".
E lá vamos nós, vidros fechados, calor intenso, carro pulando e eu abraçando com cuidado os quatro pacotes de macarrão furadinho que nos próximos dias, acompanhados de carne, frango e principalmente de linguiça vão alegrar as nossas refeições.

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