Chop Suey

Um homem magro e alto sorria na porta.
Tem os olhos levemente amendoados e um bigode fino e comprido.
Veste uma camisa de tecido leve, muito branca, e o comprimento vai até as coxas.
"Bem vindos, sintam-se em casa".
Consequente à saudação, o corpo se dobra levemente a frente, e as mãos apontam para o interior do estabelecimento.
Um biombo treliçado de bambu impede a visão direta da rua. Entramos.
Eu, encantado...
Ideogramas em tiras de papel de seda estão pendurados junto a lanternas coloridas, na parede dragões e carpas compõem as pinturas, tudo muito simples, mas suficiente para nos colocar no "clima".
Segue-se a arrumação das mesas e cadeiras, três casais e muitos filhos.
Em uma mesa os pais e os mais novos, na outra os que supostamente já saberiam se virar.
Recebemos o cardápio e junto com ele vem à mesa num potinho arredondado um tira-gosto de repolho, imediatamente testado e aprovado.
No cardápio quase tudo é "chop suey": Arroz, macarrão, carne de porco, frango, boi, etc.
Sanadas algumas dúvidas, pedidos feitos.
Rapidamente vem à mesa travessas fumegantes com uma comida perfumada e colorida, um deleite.
Após algumas tentativas com os pauzinhos, a fome exige o garfo.
Quanta cultura naquela garfada, uma fantástica descoberta gastronômica: comida chinesa.

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