Antes de tudo, localizava-se a mina d’água.
A partir daí, a vazão era medida para ver se suportaria uma roda d’água que sustentaria pessoas, plantas e animais.
Aprovada a vertente, uma represa era moldada na grota e instalados os equipamentos já era possível domar a propriedade.
Muita água, quanta fartura...
A colonização feita pela Companhia de Terras Norte do Paraná dividiu nossa região em pequenos lotes de 5 a 10 alqueires. Isto só foi possível porque brotava água por todos os lados.
No terreno levemente acidentado as "minas" apareciam por todos os lados formando pequenas grotas, estas formavam corguinhos e dali para riachos e rios.
As lavouras de café e algodão precisavam de muita mão de obra, várias casas nas colônias abrigavam todos os filhos que Deus providenciava; quanta criança, quantas meninas, quantos moleques.
As peneiras usadas para abanar o café eram quase maiores que nós, descíamos para o córgo rolando-as pela trilha. Chapéu de palha, embornal de pano e bermuda costurada em casa compunham o equipamento.
A água corria limpa sobre o fundo de pedra o que facilitava demais os passos pelo leito liso. Agora era só peneirar.
Agachado com a peneira colada no ventre e as mãos firmes nas laterais, raspava o fundo levando até a margem e dando alguns passos ia subindo a peneira rapidamente contra a corrente.
Fervilhantes, saltando num frenesi os lambaris surgiam. Suas escamas ao refletir o sol mostravam um o colorido de um "Arco-íris". Com cuidado enchíamos o embornal.
Caprichosamente limpos, eram temperados com limão rosa e enfarinhados, fritos até adquirir crocância faziam por vezes a deliciosa "mistura" nas refeições simples e deliciosas dos bons tempos de muita fartura na roça.
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