O número de escritores diminuiu (de 41 do ano passado para 34) e o orçamento previsto (R$ 5,9 milhões, captados por meio de leis de renúncia fiscal) foi fechado à custa de muito suor, por conta da crise econômica mundial. Mesmo assim, a 7ª Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip, começa hoje ainda como o principal evento de literatura do País, tanto pela qualidade de programação como pelo interesse de público. "O propósito sempre foi o de buscar a diversificação, evitando que a Flip se transformasse em uma reunião de acadêmicos", comenta Flávio Moura, curador do evento desde o ano passado.
A eclética programação deste ano - além de figuras renomadas da literatura (como o professor Davi Arrigucci Jr., que faz hoje a conferência de abertura sobre Manuel Bandeira, ou o português António Lobo Antunes), também estarão na Tenda dos Autores quadrinistas (como o premiado Rafael Grampá), cineasta (Domingos Oliveira), biólogo evolucionista (Richard Dawkins), artista plástico (Sophie Calle), crítico de arte (Catherine Millet) e jornalistas (Gay Talese, Zuenir Ventura).
A diversidade, no entender de Moura, se justifica pelo fato de que a literatura não serve como único parâmetro como medida do valor da produção de conhecimento atual. O crescimento da Flip é um dos assuntos recorrentes a cada edição. A primeira, realizada em 2003, ocupou a Casa de Cultura de Paraty. A capacidade para 178 espectadores, no entanto, logo se revelou pequena, solucionada no ano seguinte com a construção da Tenda dos Autores que, desde então, se mantém com uma média de 550 assentos. "E, para garantir o conforto do público e também dos convidados, esse número não cresce, apesar da procura ser cada vez maior", explica Moura.
Leia mais:
Saiba mais sobre a nova edição da biografia de Chico Buarque oito ponto zero
Professoras da rede municipal de Londrina lançam livro sobre folclore japonês nesta sexta
Editora da Folha de Londrina lança livro sobre o cotidiano da cidade nesta sexta
Maringaense Oscar Nakasato defende idosos da falta de paciência dos jovens em 'Ojiichan'
A solução foi diversificar o entorno, ou seja, incrementar os eventos paralelos que, inicialmente tímidos, agora ocupam posição de destaque durante os cinco dias literários. É o caso da programação do Flip-Etc. que, neste ano, passa a se chamar Flip - Casa da Cultura. A partir de amanhã, o tradicional espaço de Paraty será ocupado por importantes discussões como a do centenário de morte de Euclides da Cunha. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.