O Jabuti anuncia nesta quinta-feira a primeira leva de indicados ao principal prêmio dedicado à produção literária brasileira, com uma lista de dez semifinalistas em cada uma de suas 22 categorias.
O grupo Companhia das Letras emplacou metade dos indicados na categoria de romance literário, com os trabalhos mais recentes de Socorro Acioli, Luciany Aparecida, João Silvério Trevisan, Martha Batalha e Fabiane Guimarães.
A Todavia aparece com o último romance de Itamar Vieira Junior, "Salvar o Fogo", e o "Jogo de Armar" de Edgard Telles Ribeiro. Três editoras independentes completam a lista: as paulistas Penalux e Faria e Silva, com André Cunha e Jacques Fux, e a baiana Mondrongo com Carlos Mendes Valença.
Novidades neste ano, categorias dedicadas a romancistas e poetas estreantes tiveram sucesso em pescar destaques de pequenas editoras que fazem trabalho minucioso e quase artesanal, como Patuá, Urutau e Reformatório. Entre os 20 indicados nessas duas categorias, apenas dois são de uma editora grande, a Record.
Já os dez indicados em contos se espalham por dez editoras diferentes, a maioria delas independente, as exceções sendo Record, 34 e Autêntica. É uma multiplicidade que aparece também na poesia, com nove editoras indicadas, incluindo trabalhos de nomes conhecidos como Ana Martins Marques, Marília Garcia, Ricardo Domeneck e Eucanaã Ferraz.
A categoria de crônicas surge em ano estrelado com autoras prestigiadas como Rosa Freire D'Aguiar e Nélida Piñon -com seu livro póstumo "Os Rostos que Tenho"-, obras de autores populares como Luiz Antonio Simas, Mario Prata e Ana Suy, a versão em livro do blog Gelo e Gim, que Daniel Benevides mantém na Folha de S.Paulo, e o livro de estreia do jornalista Rodrigo Casarin, do UOL.
Em quadrinhos, aparecem obras que pautam questões raciais como "Os Santos", de Leandro Assis e Triscila Oliveira, colaboradores da Folha de S.Paulo, a graphic novel sobre o personagem Jeremias, da Turma da Mônica, e "Ópera Negra", trabalho de investigação histórica publicado por Clara Chotil.
O eixo de não ficção teve mudanças significativas nesta edição do prêmio, que deixou de selecionar obras de ciências, ciências humanas e ciências sociais com a justificativa de que essas categorias estarão contempladas no novo Jabuti Acadêmico, já entregue em agosto.
No lugar, o prêmio abarcou três categorias voltadas a livros de público mais amplo: negócios, educação e saúde e bem-estar -onde estão indicados, aliás, a colunista Vera Iaconelli com "Manifesto Antimaternalista" e o psicanalista Contardo Calligaris com o póstumo "O Sentido da Vida", além de best-sellers como Sidarta Ribeiro e Mario Sergio Cortella.
A fotógrafa Gabriela Biló, da Folha de S.Paulo, foi indicada na categoria de artes por seu trabalho "A Verdade vos Libertará", feito em parceria com Pedro Inoue e o projeto Medo e Delírio. Ela concorre, por exemplo, com o catálogo da exposição sobre Carolina Maria de Jesus no Instituto Moreira Salles, organizada por Hélio Menezes e Raquel Barreto, e um volume sobre Antônio Abujamra feito por sua sobrinha, Marcia.
A categoria de biografia e reportagem reúne tanto autores que escrevem a quente sobre temas do noticiário, como "A Fé e o Fuzil" de Bruno Paes Manso, a "Biografia do Abismo" de Felipe Nunes e Thomas Traumann e os "Milicianos" de Rafael Soares, até trabalhos históricos de estofo como o best-seller "Baviera Tropical", de Betina Anton, o "Admirável Novo Mundo", de Bernardo Esteves, e "O Girassol que nos Tinge", mergulho de Oscar Pilagallo na campanha das Diretas Já.
O Jabuti será entregue no Auditório Ibirapueta, em São Paulo, no dia 19 de novembro. Antes, o prêmio divulgará uma lista reduzida, com cinco finalistas em cada categoria, no próximo dia 5. Os vencedores de cada categoria levam R$ 5.000 e o ganhador do prêmio principal de livro do ano arremata R$ 70 mil e uma viagem à Feira de Frankfurt.
Confira os semifinalistas no site da premiação.
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