Beleza foi sinônimo de respeito e admiração. Foi passado do verbo ir. Isto porque em 1972...
Nasceu um anjo que veio para reinventar muitos conceitos. Para ele não é preciso beleza, sim o dom da escrita. Um homem como os outros, mas com H maiúsculo. Prazer, este é Fabrício Carpinejar.
As pessoas estavam chegando aos Pavilhões São Sebastião Mártir, os ponteiros do relógio quase marcavam 15 horas. O calendário acusava que era dia seis de setembro de 2011, terça-feira – data da palestra com o patrono da 12ª Feira do Livro de Venâncio Aires. Com o tema Ler a vida em movimento, o evento não podia deixar de ter como mestre Fabrício Carpinejar. Fileira após fileira de pura expectativa. Ele somente observava a platéia. Todos os fitavam na expectativa de ouvir as palavras do poeta, romancista, contista e ensaísta. Enquanto isto, o prefeito da cidade se ocupava em dar um belo discurso. Um, dois, três, quatro minutos... Chegou à vez de Fabrício, o patrono. Quem idealizou um discurso tímido e centralizado na carreira profissional deve uma grande decepção. Muita interação com a plateia, risadas. O amor é o centro da sua conversa.
Leia mais:
Saiba mais sobre a nova edição da biografia de Chico Buarque oito ponto zero
Professoras da rede municipal de Londrina lançam livro sobre folclore japonês nesta sexta
Editora da Folha de Londrina lança livro sobre o cotidiano da cidade nesta sexta
Maringaense Oscar Nakasato defende idosos da falta de paciência dos jovens em 'Ojiichan'
Fabrício tem suas raízes em Caxias do Sul (RS), o terceiro dos quatro filhos de Maria Carpi e Carlos Nejar. Carpi Nejar ou Carpinejar, como passou a assinar em 1998, é um grande poeta e jornalista brasileiro. Um anjo no amor, um moleque através das palavras. Não está escrito na testa, mas sim na careca. Além do penteado um tanto diferente, unhas pintadas de azul em apenas uma das mãos, jeans, all star, camiseta estampada com a frase run thank you (Traduzindo executar obrigado), relógio vermelho e três anéis quadrados. Imaginou Leonardo Da Vinci sem a Monalisa e Ronaldinho sem a bola de futebol: este é Carpinejar sem seus adereços. Sua aparência transmite informação. Diria isto que é 'fonte da comunicação'.
O clímax da palestra foi se nomear feio. Conforme o jornalista, ele não é frustrado por não ser bonitão. Pelo contrário, acredita que devido esta deficiência sua imagem fica registrada com maior facilidade na cabeça das pessoas: "O feio tem mais chance de ficar famoso". Uma simpatia de pessoa que adora fazer comparações sarcásticas. Engana direitinho... É super envergonhado em frente a câmera. Grita, gesticula, deixando as pessoas surdas. Rosto e movimentos expressivos. Este ‘cara’ deu trabalho para os fotógrafos que estavam no evento. Era só acertar o foco e... Onde está o palestrante? Não fugiu está no outro lado da platéia.
Comodismo. Esta palavra não faz parte do vocabulário. Fabrício Carpinejar nunca será um poeta "soneto". Ou seja: um poeta tradicional, que faz o esperado. Tem 39 anos...Parece ter 15 anos pelo seu senso de humor. Além disto, tem outra ligação com os jovens: as ferramentas virtuais. Ex-integrante do grupo de cronistas do site Vida Breve. Conta suas histórias no blog. www.youtube.com/fabriciocarpinejar. Além disto, seus twittes se transformaram em um livro intitulado www.twitter.com/carpinejar A poesia em 140 caracteres.
Como diz e descreve a bibliotecária Rosária Garcia Costa, o Carpinejar é a própria imagem da irreverência. "Acho que ele por ser tímido "montou" esse personagem irreverente, que usa roupas coloridas, unhas pintadas, anéis e óculos grandes. Uma figura descontraída, que não se importa com a opinião dos outros. Ele transmite isso através da imagem. Uma "figuraça" como diz os adolescentes, que agrada alguns e desagrada outros. Eu gosto, acho divertido".