A SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) manifestou preocupação com a debandada de servidores do Inep, órgão ligado ao Ministério da Educação.
Segundo a entidade científica, a instabilidade pode ter "consequências danosas não apenas às atividades avaliativas do Inep, mas para a sociedade brasileira."
O Inep (Instituto nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), que é responsável pela elaboração do Enem e as principais avaliações federais do país, sofre um desmonte inédito no governo de Jair Bolsonaro (sem partido).
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Na segunda-feira (8), 33 servidores pediram exoneração dos cargos citando a "fragilidade técnica e administrativa da atual gestão" do órgão, que é também responsável pelo Enem.
A SBPC afirma que a turbulência no Inep ocorre "em um instante particularmente difícil", já que o órgão está a poucos dias de realizar as maiores provas pelas quais é responsável. Além do Enem, marcado para acontecer nos dias 21 e 28 de novembro, também ocorrerão as provas do Enade no domingo (14) e as avaliações do Saeb.
Conforme mostrou a Folha de S.Paulo, os problemas de gestão no órgão já provocaram atraso na distribuição das provas do Saeb (a avaliação federal da educação básica) às escolas públicas do país. A aplicação estava marcada para começar nesta segunda (8), mas ao menos sete estados ainda não receberam os exames.
"É fundamental que o Ministério da Educação atue de forma a restituir a normalidade ao Inep, para que não haja descontinuidade em suas atividades e no desempenho de suas relevantes funções para a sociedade brasileira", diz a nota da SBPC.
Danilo Dupas Ribeiro, presidente do Inep, deve ir nesta quarta-feira (10) esclarecer a situação na comissão de Educação da Câmara.