O juiz da 4ª Vara Criminal de Londrina, Ernani Scala Marchini, decidiu pela perda do cargo do policial militar condenado por estuprar duas mulheres em situação de rua em Londrina, em dezembro de 2022 e janeiro de 2023, nas imediações da Rua Belém. Ele também teve a pena aumentada de 13 anos para 16 anos e dois meses em regime fechado. O despacho foi proferido nesta quinta-feira (28).
Segundo o advogado das vítimas, Mauro Martins, a decisão atende a pedidos feitos em embargos de declaração. Das quatro teses apresentadas para aumentar a pena, o juiz acatou duas: o fato de ter violado a vida profissional e por ter praticado o crime contra pessoas de extrema vulnerabilidade. “São pessoas que vivem nas ruas e dependentes químicas”, recorda o advogado.
O PM foi condenado criminalmente, em fevereiro deste ano, a 13 anos e seis meses de prisão em regime fechado. Em agosto do ano passado, o Estado do Paraná foi condenado a indenizar três vítimas do servidor público – além dos dois estupros, ele ainda teria praticado outros abusos contra uma terceira moradora de rua, tudo em horário de serviço.
Leia mais:
Armas somem do Batalhão do Exército em Cascavel, e inquérito apura envolvimento de militares
Serial killer de Alagoas morava a menos de 1 quilômetro dos locais dos crimes
PF visa militares que planejavam matar Lula e Alckmin antes da posse
Morte de fã de Taylor Swift completa um ano com inquérito sem conclusão
Recorde o caso
Os abusos ocorreram em uma casa abandonada, utilizada como “mocó” para abrigo e uso de entorpecentes, localizada na esquina das ruas Belém e Bahia, no Centro de Londrina. Segundo os relatos, o policial militar teria, no dia 30 de dezembro de 2022, durante horário de serviço, abusado de uma das ocupantes do imóvel, tocando nas partes íntimas da vítima.
No dia seguinte, 31 de dezembro, o mesmo policial teria retornado ao local, fora do horário de serviço, e estuprado a segunda vítima. Ele ainda teria voltado, no dia 15 de janeiro de 2023, e repetido o crime com outra mulher.
A movimentação do policial foi filmada por câmeras de vigilância da região. O caso só veio à tona depois que a terceira mulher decidiu denunciar o caso às autoridades.
Nesta semana, o imóvel em que os crimes aconteceram, que ficou conhecido como "mocó da Rua Belém", foi demolido.