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Molnupiravir

Pílula contra Covid deve ser eficaz em casos da ômicron, diz MSD

Suzana Petropouleas - Folhapress
16 dez 2021 às 17:34
- Pietro Jeng/Pexels
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 O antiviral molnupiravir, desenvolvido pela MSD (conhecido como Merck, nos EUA) em parceria com a Ridgeback Biotherapeutics para o tratamento de Covid, deve manter eficácia comprovada em testes mesmo contra novas variantes do vírus, incluindo a ômicron, segundo os fabricantes.


Em outubro, o laboratório responsável pelo fármaco divulgou que o remédio pode diminuir em até 50% o número de hospitalizações e mortes. No mês seguinte, dados atualizados indicaram uma redução menor, de 30%, nesses casos.

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O molnupiravir age impedindo a replicação do coronavírus ao atacar uma das enzimas usadas em sua reprodução.

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Segundo o laboratório, o tratamento se mostrou eficaz contra as variantes gama, delta e mu, e o mesmo é esperado da resposta à ômicron, já que o mecanismo de ação do remédio não deve ser afetado pelas mutações da nova cepa.

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O remédio já tem uso aprovado no Reino Unido e aguarda aprovação nos EUA. No Brasil, a MSD solicitou à Anvisa autorização do uso emergencial do molnupiravir em novembro e aguarda aprovação.


Outras farmacêuticas que estão desenvolvendo remédios contra a Covid já divulgaram que suas drogas devem manter a eficácia contra a variante ômicron. É o caso do Paxlovid, da Pfizer, que, segundo a fabricante, reduziu internações e a mortalidade causadas pelo coronavírus em 89% e mantém proteção contra novas variantes.

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Havia receios de que terapias baseadas em anticorpos monoclonais pudessem ser mais suscetíveis às alterações na proteína spike observadas na nova variante.


Mas, na última terça, a fabricante GSK anunciou que o tratamento que desenvolveu em parceria com o grupo americano Vir Biotechnology é efetivo contra todas as mutações da ômicron.

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O remédio, batizado de sotrovimabe, é um anticorpo monoclonal, que age diretamente na proteína do vírus, imitando a ação dos anticorpos humanos.


A droga foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em setembro deste ano.

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Outra terapia baseada em anticorpos monoclonais, o coquetel Regn-Cov2, fabricado pela Roche em parceria com a Regeneron, também tem tido sua eficácia avaliada contra a variante ômicron.


Em comunicado, a Regeneron divulgou que ainda não há indícios de que a nova cepa drible a imunidade induzida por vacinas ou anticorpos monoclonais, mas primeiras análises indicaram redução na capacidade de neutralização do vírus pelo fármaco.

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O Regn-Cov2 é um coquetel composto pelos anticorpos casirivimabe e indevimabe.


A promessa de terapias via oral que possam ser administrados nos primeiros dias e impeçam o agravamento da doença traz esperança a pacientes de Covid, sobretudos os idosos, para os quais as vacinas disponíveis são menos eficazes, e os imunodeprimidos, que por vezes não podem fazer uso dos imunizantes.

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"Viroses agudas sempre foram um grande desafio. Convivemos com elas há anos, com a gripe, dengue, chikungunya. Nunca tivemos uma medicação realmente capaz de mudar a resposta clínica do paciente", diz Estevão Portela Nunes, vice-diretor de serviços clínicos do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas.


O desafio será garantir o acesso aos novos remédios nos primeiros dias da doença e a coordenação desse acesso com a vacinação, diz Nunes. "A primeira barreira é, e deve ser, a vacina. O medicamento surge como uma segunda barreira, para aqueles que não conseguem se beneficiar tanto dela."


REMÉDIOS CONTRA COVID NO BRASIL


Desde o início da pandemia, a Anvisa autorizou 109 protocolos de estudo de remédios contra a Covid no Brasil. O número não inclui os estudos de vacinas contra a doença.


Até agora, a Anvisa aprovou o uso de seis medicamentos para uso emergencial no país. São eles: remdesivir, antiviral injetável de uso hospitalar indicado para pacientes com pneumonia; anticorpos monoclonais casirivimabe e imdevimabe (desenvolvido pela Roche e Regeneron), banlanivimabe e etesevimabe (Eli Lilly), regdanvimabe (Celltrion Healthcare) e sotrovimabe (GlaxoSmithKline Brasil) e baricitinibe (Eli Lilly).


Entre os medicamentos em análise pela Anvisa, além do molnupiravir, da MSD, estão o tofacitinibe, utilizado para tratamento de artrite. Trata-se de um agente imunossupressor que inibe proteínas que desencadeiam processos inflamatórios. A droga foi testada em estudo clínico conduzido pela farmacêutica em parceria com o Hospital Albert Einstein.


Entre os remédios com estudos autorizados pela Anvisa em andamento no país há ainda alternativas como o canabidiol medicinal, cujos efeitos são avaliados em pacientes com a chamada Covid longa. A condição é caracterizada pela permanência de complicações da doença por meses após o diagnóstico. A pesquisa de fase três, com voluntários humanos, é coordenada pelo Hospital de Clínicas da USP.


TIPOS DE REMÉDIOS TESTADOS CONTRA COVID-19


Anti-inflamatórios Combatem a inflamação provocada pelo vírus. São administrados em estágios mais avançados da doença, como internações em UTI. Ex.: dexametasona Antivirais Impedem a replicação do vírus. Devem ser administrados oralmente, em casa, de três a cinco dias após os primeiros sintomas. Ex.: Paxlovid, molnupiravir Anticorpos monoclonais Agem diretamente na proteína do vírus, imitando a ação dos anticorpos humanos. Indicados nos estágios iniciais da infecção, via injeção, para prevenir que a doença se agrave. Ex.: Regn-Cov2 (coquetel dos anticorpos casirivimabe e indevimabe, da Roche e Regeneron)

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