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Queda no banheiro

Acidente doméstico: Entenda o que é o ‘traumatismo cranioencefálico’ sofrido por Lula

Redação Bonde com assessoria de imprensa
23 out 2024 às 17:46

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- Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Acidente doméstico de Lula alerta para os riscos das quedas em casa e lembra sobre a importância de buscar atendimento médico quando há pancadas na cabeça


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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrentou na semana passada um problema comum entre os idosos: as quedas domésticas. Após cair no banheiro de sua casa e bater a cabeça, ele foi encaminhado ao hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde recebeu cinco pontos e a recomendação de permanecer em observação.

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Por causa do acidente, o presidente cancelou sua ida à Kazan, na Rússia, para participar da 16ª Cúpula de líderes do Brics. A decisão de não viajar atende recomendações médicas. 

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Segundo o boletim médico, o presidente sofreu um “ferimento corto-contuso em região occipital” além de uma “concussão cerebral”.


Para o neurocirurgião paranaense Dr. Ivan Hattanda, que atua em Londrina, o acidente doméstico do presidente Lula serve como alerta: em caso de queda que resulte em pancada na cabeça, mesmo sem lesões aparentes, é recomendável avaliação médica.

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O que significa ‘ferimento corto-contuso em região occipital’?


Dr. Ivan Hattanda explica que um ferimento corto-contuso significa que houve uma batida que resultou em uma lesão na pele, um corte, causada pelo impacto. A região occipital está localizada na parte de trás do crânio, um local importante em que se concentra o córtex visual do cérebro, responsável por processar as informações enviadas pelos olhos.

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“Além do corte na pele, o presidente também sofreu uma concussão cerebral por conta da batida ao cair. A concussão cerebral é quando o cérebro chacoalha dentro da caixa craniana devido à contusão provocada ao bater a cabeça”, cita o neurocirurgião.


De acordo com Hattanda, a explicação relaciona-se com a física. “Durante a queda, o corpo e a cabeça estão em movimento com determinada velocidade. Ao bater no anteparo, há uma desaceleração desse movimento de forma brusca. O cérebro continua em movimento, só que a caixa craniana já parou. É nesse momento que ocorre a concussão”, detalha Ivan Hattanda.

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Segundo o boletim médico, Lula teve uma concussão cerebral leve, que conforme a explicação do Dr. Ivan, apresenta sintomas como dor de cabeça, tontura e náusea persistente por alguns dias. “No caso do presidente, não temos dados se isso resultou em algum tipo de sangramento dentro do crânio, mas pelo fato dele estar andando, depois de 24 horas do traumatismo, tudo indica que não tem sangramento e se tiver algo, é muito pequeno, de resolução espontânea. Daria para dizer que ele tem risco mínimo de passar por cirurgia”, avalia o neurocirurgião.


Observar a evolução do paciente evita complicações

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No entanto, Dr. Hattanda alerta que o traumatismo cranioencefálico pode provocar lesões mais graves e que, às vezes, o que é aparentemente simples, pode evoluir para um quadro preocupante e o paciente pode até entrar em coma.


“É uma situação que exige atenção, por precaução, por isso, o presidente ainda está sob observação. Em alguns casos, deve-se realizar exames de imagem para acompanhar a evolução do ferimento. Se não passarem os sintomas, é bom avaliar a necessidade de refazer uma tomografia de crânio”, sugere.

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Ele destaca que, no caso de hematoma subdural crônico (um tipo específico de coágulo na cabeça), os sintomas podem demorar algumas semanas, às vezes até meses após o traumatismo craniano, para começar a se manifestar. 


“Por isso, é importante sempre estar alerta sobre sintomas que não melhoram ou que pioram depois de um certo tempo em que a pessoa bateu a cabeça, principalmente quando sabemos que tinha um sangramento que seria reabsorvido automaticamente. 


Às vezes, o paciente começa a piorar e tem que voltar ao médico para fazer um novo exame de imagem”, alerta Hattanda.


Dr. Ivan esclarece que, dependendo do caso, essas intervenções neurocirúrgicas podem ser de menor complexidade. “O importante é ficar atento aos sintomas, pois a demora no diagnóstico pode prejudicar o paciente.”

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