Londrina vai ganhar uma nova unidade do HCL (Hospital do Câncer). A nova unidade, dedicada exclusivamente aos pacientes em cuidados paliativos do hospital, será construída em um terreno na zona leste, doado pela Prefeitura, com recursos do governo federal articulados pela deputada federal Luísa Canziani (PSD-PR).
Estão garantidos R$ 12 milhões para a primeira fase da obra. Em duas portarias do Ministério da Saúde (números 2.742 e 2.856, publicadas nos dias 26 e 28 de dezembro de 2023, respetivamente) constam os valores de R$ 4,8 milhões e R$ 7 milhões. A deputada Luísa destinou mais R$ 200 mil, via emenda de bancada, para completar os R$ 12 milhões necessários para a primeira fase da obra. A expectativa é que o governo federal efetue o pagamento ainda durante este mês. O anúncio oficial da nova unidade acontecerá nesta segunda-feira (5).
Segundo a diretora-executiva institucional do HCL, Mara Fernandes, inicialmente os recursos vão subsidiar o desenvolvimento do projeto executivo e a contratação dos projetos complementares, envolvendo todas as engenharias, que darão suporte ao início do planejamento e execução da obra. O valor total da obra está orçado em mais de R$ 28 milhões.
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“Com essa nova unidade, contemplaremos 60 novos leitos de cuidados paliativos que virão para somar aos serviços ofertados pela nossa matriz, permitindo assim, atender a demanda crescente que já vinha em alta e que estimamos crescer ainda mais nos próximos anos”, salienta.
A nova unidade do HCL será construída em um terreno de mais de 25 mil metros quadrados, próximo ao campus da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná).
“Cumprindo nossa responsabilidade social, solicitamos um terreno à Prefeitura, que prontamente nos atendeu com a doação do terreno por meio do prefeito Marcelo Belinati; do secretário de Saúde, Felippe Machado; bem como a Câmara Municipal. Sem a união de todos não seria possível viabilizar esse primeiro passo do nosso almejado sonho”, salienta a diretora Mara Fernandes.
O Hospital do Câncer é referência para 166 municípios do Paraná e atendeu mais de 1,2 milhão de pessoas no ano passado - cerca de 2,5 mil atendimentos por dia . Mais de 90% dos atendimentos são de usuários do Sistema Único de Saúde.
O serviço de cuidados paliativos no HC existe há mais de dez anos e conta com unidade de internação própria no hospital e equipe multidisciplinar. “Além do cuidado no dia a dia e do tratamento individualizado, desenvolvemos uma série de outras atividades para promover a dignidade de nossos pacientes e familiares”, explica a diretora.
Segundo ela, após a pandemia da Covid-19, o hospital recebeu novos casos, principalmente de estágio III e IV. Com casos avançados aumentando, o número dos pacientes que necessitam de cuidados paliativos também aumenta. Deste modo, gerou-se a necessidade de ampliar o espaço interno para os novos atendimentos, de modo que o serviço de cuidados paliativos aqui existente precisa ser realizado em outro local, absorvendo o aumento da demanda pelo serviço, mas ainda sim, próximo à matriz do hospital”, comenta.
A maioria dos atendimentos feitos pelo HCL são encaminhados pela 17ª Regional de Saúde de Londrina, seguido pelas regionais de Cornélio Procópio, Jacarezinho, Ivaiporã, Apucarana e Maringá.
As discussões sobre a importância dos cuidados paliativos como política pública tem sido liderada pela deputada Luísa na Câmara dos Deputados. No ano passado, ela foi uma das articuladas para a criação da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Cuidados Paliativos, do qual ela é presidente; também foi aprovado, em dezembro do ano passado, o projeto de lei 2460/22, de autoria da deputada, que institui o Programa Nacional de Cuidados Paliativos. A proposta foi encaminhada ao Senado Federal.
Luísa Canziani também trabalhou pela inclusão da disciplina “Cuidados Paliativos” na grade curricular do curso de Medicina, instituída por meio de resolução do Conselho Nacional de Educação em novembro de 2022. Agora, a articulação continua para que a disciplina seja obrigatória para todos os cursos de graduação ligados à área da saúde.
“Estudos internacionais apontam que o Brasil é um dos piores países do mundo para se morrer. Esse é um dado que me toca profundamente porque acredito que precisamos dar dignidade aos pacientes e seus familiares que estão enfrentando uma doença terminal ou que ameaça a sua vida”, destaca.
O termo foi definido pela Organização Mundial de Saúde e consiste em uma abordagem que defende a qualidade de vida de pacientes - e de seus familiares - com doença que ameaça a continuidade da vida, por meio da prevenção e do alívio do sofrimento. O tratamento é feito por uma equipe multidisciplinar e tem por objetivo obter o diagnóstico precoce para tratamento da dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e até mesmo espirituais. (Com informações da assessoria da deputada)