O percurso mundial da tocha terá neste sábado (21) seu mais polêmico trecho, nas mesmas ruas da capital do Tibete, que há três meses assistiram aos mais violentos protestos contra o domínio chinês na região em duas décadas. Segundo a agência Reuters, a segurança nas ruas de Lhasa ontem era extrema, com policiais a cada 200 metros e caminhões carregando integrantes de tropas de choque.
O governo chinês suspendeu momentaneamente o veto à entrada de jornalistas na região e convidou um grupo de 30 veículos de diferentes partes do mundo para cobrir o evento. Os repórteres chegaram a Lhasa no início da noite de ontem e retornam a Pequim amanhã. Eles têm pouca liberdade para se locomover na cidade e estão constantemente acompanhados por funcionários do governo chinês.
A apresentação da tocha olímpica só poderá ser assistida por pessoas previamente credenciadas, como ocorreu em Xinjiang, província muçulmana que fica ao norte do Tibete e na qual há um movimento separatista.
Entidades de defesa dos direitos humanos e grupos ligados a tibetanos exilados criticam a apresentação do símbolo olímpico na região e sustentam que o evento levou à intensificação da repressão contra a população local.