O vento soprou a favor de Robert Scheidt e Bruno Prada nesta quarta-feira (20). Os brasileiros da classe star entraram na água do Centro Olímpico de Vela de Qingdao, sede do esporte nos Jogos Olímpicos Pequim 2008, para a primeira regata do dia (a de número 8 da fase de classificação) na oitava colocação geral - suficiente para estar presente na medal race de desta quinta (21), com os 10 melhores barcos da classe, mas incômoda na busca pelo pódio. Porém a inconstância que marcou a campanha dos brasileiros até aqui foi resolvida. Os terceiros lugares conseguidos nas duas primeiras corridas do dia os levaram à terceira colocação geral.
Scheidt e Prada foram para a terceira regata do dia (10ª classificatória, a última) em boas condições de conseguir a medalha de bronze, mas ainda distantes das primeiras colocações, ocupadas pelos suecos Fredrik Loof e Anders Ekstrom e os britânicos Iain Percy e Andrew Simpson, mais constantes durante toda a campanha. O comandante Robert Scheidt já reconhecera na segunda-feira (19), que não fazia um bom campeonato: "As apostas que fizemos não pagaram, tentávamos adivinhar o que aconteceria e não acontecia." Torciam, então, para que o tempo permitisse que as últimas regatas fossem realizadas e eles tivessem mais chances de se recuperar. A desta terça chegou a começar e eles iam bem, mas o vento acabou e ela foi suspensa. A tática para as três corridas finais Scheidt avisou na segunda-feira: "Largar forte e ir com a flotilha." Funcionou nas duas primeiras. Eram 14h12min em Qingdao quando começou a última. E ela terminou como a primeira e a segunda, com os brasileiros em terceiro - na regata e no geral, com 47 pontos. Os líderes suecos têm 33 e os britânicos vêm atrás com 35. Ainda no mar, Robert Scheidt comemorou: "O dia foi bom. Vamos brigar pelo bronze".
O comandante Scheidt não escondeu a felicidade com o desempenho no último dia: "Foi uma reação muito importante. Velejamos como deveríamos ter feito durante toda a semana. Aconteceu meio tarde, mas está valendo." O barco ainda tem a chance de sair da medal race com a medalha de ouro, mas, para isso, precisaria ganhar e torcer para os suecos chegarem no mínimo em oitavo e os britânicos, em sétimo. Nesse caso, haveria um tríplice empate e o critério de desempate é o resultado da medal race. "É mais realístico pensar no bronze", admitiu.
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Seja como for, a mudança de estratégia funcionou e isso animou a dupla: "Velejamos de forma mais conservadora, trocamos as velas. Com o vento médio de hoje, as novas velas nos deram potência. E acertamos a oscilação do vento também." A estratégia agora é manter a calma. "Não podemos partir para cima do barco francês (quarto lugar com 51 pontos), porque o suíço está pouco atrás (quinto, com 55)", analisou.
Ao menos, para garantir o bronze, dependem apenas de si no momento: "A diferença é pequena, mas vamos lá. É melhor entrar na frente do que atrás." A regata final reserva fortes emoções e, mesmo os líderes, devem estar bem atentos. "Não acredito que eles devam se preocupar apenas um com o outro porque tem mais gente atrás. Acho que é dia para estar bem certo das decisões que se vai tomar e correr para conseguir fazer tudo direito", previu. Para esta quarta, a previsão, conta o comandante, é que vente mais forte. "Mas, se vier vento fraco, vamos com ele desse jeito. Agora que chegamos perto dessa medalha, queremos conseguir." Que ninguém duvide de um bicampeão olímpico.