O governo de Pequim iniciou neste domingo um plano para reduzir a poluição no ar da cidade. A frota de veículos nas ruas da capital chinesa foi reduzida à metade, dezenas de construções em andamento tiveram que ser interrompidas e cerca de 150 fábricas suspenderam sua produção, enquanto outras tiveram que reduzir suas emissões em 30%. As medidas vão vigorar por dois meses, durante a realização da Olimpíada e da Paraolimpíada.
O número de carros nas ruas de Pequim era visivelmente menor ontem, em razão do rodízio que alterna o veto à circulação entre placas de final pares e ímpares. Com isso, metade da frota de 3,3 milhões de veículos deixará de trafegar a cada dia.
A oferta de transporte público aumentou no sábado, com a inauguração de três linhas de metrô, incluindo a que ligará o novo aeroporto internacional ao centro da cidade. No ano passado, o governo reduziu a tarifa de 3 para 2 yuans, o equivalente a R$ 0,50, e há descontos para quem utiliza o sistema com freqüência.
Desde o dia 1º de julho, já estavam proibidos de circular nas ruas da cidade cerca 300 mil veículos considerados altamente poluentes - basicamente caminhões de uso industrial. A poluição é uma das principais preocupações das autoridades chinesas e do Comitê Olímpico Internacional (COI), cujo presidente, Jacques Rogge, alertou que provas de resistência poderão ser canceladas se a qualidade do ar não estiver boa.
As autoridades chinesas não descartam medidas adicionais, caso as adotadas neste domingo se mostrem insuficientes. O governo de Pequim afirma que investiu US$ 17 bilhões (R$ 27 bilhões) desde 1998 para reduzir a poluição da capital. Nesse período, 200 fábricas poluentes foram fechadas. Os dias com boa qualidade do ar, chamados de "dias de céu azul", passaram de 100 em 1998 para 246, em 2007. A previsão para 2008 são 250 dias de ar respirável.