Não teve para o futebol de Ronaldinho, nem para o vôlei de Giba. As Olimpíadas de Pequim ficarão marcadas pelo excelente desempenho das mulheres brasileiras, que entraram para a história com marcas quebradas e conquistas inéditas.
A começar por Natália Falavigna, maringaense de nascimento e londrinense de coração. Com o terceiro lugar na categoria acima de 67 quilos, ela se tornou a primeira atleta a conquistar uma medalha para o taekwondo brasileiro. E a 'pé vermelho' prometeu não parar por aí: "Neste próximo ciclo olímpico, as coisas tendem a melhorar ainda mais. Espero estar em Londres em 2012, vou querer algo mais que o terceiro lugar. Vou brigar pelo ouro".
A evolução esperada por Natália pode ser comparada com a que houve com o vôlei feminino. Após perder um jogo praticamente ganho nas semifinais dos Jogos de Atenas em 2004 e ficarem com o rótulo de 'amarelonas', as meninas brasileiras deram um show em Pequim. Chegaram à final sem perder nenhum set e foram soberanas na decisão, vencendo os Estados Unidos por 3 a 1. A ponteira Mari, nascida em São Paulo mas que morou a vida inteira em Rolândia, no norte o Paraná, havia sido apontada como uma das responsáveis na semifinal de Atenas e deu a volta por cima, sendo determinante na conquista inédita para o voleibol feminino do País.
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Por falar em volta por cima, não há exemplo melhor que o de Maurren Maggi. Suspensa do atletismo em 2003 por doping, ela ficou afastada do esporte por três anos, período em que teve uma filha, o que a fez demorar para tomar a decisão de competir novamente. Ainda bem que a resposta foi sim. Com um salto de 7,04 metros, ela se tornou a primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha no atletismo. "Fiquei fora quase três anos, não sabia se ia dar certo. Mas deu. As coisas foram acontecendo devagar, eu não imaginava estar aqui hoje com a medalha de ouro".
E o "Brasil Feminino" ainda subiu mais três vezes ao pódio: uma prata pra lá de honrada no futebol, bronze para Ketleyn Quadros, judoca que se tornou a primeira mulher a ganhar uma medalha em esporte individual e Isabel Swan e Fernanda Oliveira, medalha de bronze na classe 470 do iatismo, também a primeira feminina da história do esporte.