Documentos obtidos pela BBC indicam que um esporte popular no Japão foi transformado em esporte olímpico após um pagamento de US$ 3 milhões. O keirin – uma modalidade de corrida de bicicleta que movimenta muito dinheiro em apostas no Japão – tornou-se esporte olímpico em dezembro de 1996 e foi disputado pela primeira vez nos Jogos de Sidney, em 2000.
Documentos descobertos pela BBC indicam que após a decisão de incluir a modalidade nos Jogos Olímpicos, a Union Cycliste Internationale (UCI) – órgão internacional que regula o ciclismo – recebeu a soma milionária de dirigentes japoneses. Em papel timbrado da UCI, um dos contratos afirma que os japoneses concordaram em apoiar projetos da UCI "em termos materiais" em consideração com a "excelente relação que a UCI tem com os representantes do movimento olímpico".
O presidente da UCI na época, Hein Verbruggen, e os dirigentes do Japão negam as acusações. Um ex-integrante da UCI diz que dirigentes esportivos japoneses entregaram "um grande envelope" à entidade, em referência aos pagamentos. Outro ex-integrante da entidade, o dinamarquês Henrik Elmgreen, disse que "os japoneses eram muito influentes na UCI e eles ofereceram muito dinheiro para promover esta modalidade".
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Acusações negadas
O ex-diretor da entidade internacional de ciclismo negou ter cometido irregularidades. "Tudo foi feito em transparência total", disse Verbruggen. "Isso foi feito para o desenvolvimento do ciclismo de pista pelo mundo."
Ele não explicou por que gastos da UCI de rotina foram pagos por dirigentes japoneses. A BBC entrou em contato com a UCI para conseguir uma explicação sobre o fato, mas não recebeu nenhum retorno.