Os Estados Unidos, definitivamente, acabaram com a hegemonia do Brasil no vôlei masculino. Depois de tirar o time de Bernardinho na semifinal da Liga Mundial, os americanos venceram o Brasil na final da Olimpíada de Pequim por 3 sets a 1, parciais de 20/25, 25/22, 25/21 e 25/23. O time norte-americano conquistou a medalha de ouro do vôlei masculino, enquanto o Brasil ficou com a prata e deixou escapar a chance de conquistar o bicampeonato olímpico
O time do Brasil entrou em quadra atento, disposto a não deixar passar as oportunidades que surgissem. Rapidamente, colocou vantagem no placar. Nesse início, os EUA pontuaram mais nos erros de saque brasileiros (parecia haver a tática de forçá-los desde o começo). O primeiro tempo técnico veio com vantagem de quatro pontos para o Brasil. As jogadas de meio de rede com André Heller funcionavam e deixavam a marcação norte-americana distante. O técnico Hugh McCutcheon pediu novamente tempo quando sua equipe perdia por 12/7, com medo de ver o set escapar precocemente. Veio o tempo técnico com o mesmo panorama. Com 21/15, mais um pedido técnico. De nada adiantou. O Brasil continuou sua marcha até fechar em 25/20.
Quem voltou para a quadra vibrante foram os EUA. Porque sabiam que deixar um time como o Brasil abrir vantagem de 2 sets a 0 é entregar o jogo. Com Stanley forte no saque, abriram 3/0. Bernardinho parou o jogo, mas, ainda com Stanley servindo, o placar foi a 6/0. Os EUA mantiveram o ritmo e não deixaram que os brasileiros encostassem. Nem uma passagem de quatro pontos de Marcelinho no saque conseguiu fazer com que o time emparelhasse o set. Até que chegou perto e teve a chance de fazer 21/21, mas uma desatenção na defesa manteve os EUA com vantagem e o set terminou em 25/22.
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Os EUA são uma grande equipe e sabem como marcar o Brasil. Fizeram isso há um mês no Rio de Janeiro, na semifinal da Liga Mundial que ganharam por 3 a 0. Com tudo igual novamente, os dois times voltaram aguerridos, num grande rali já no primeiro ponto. O bloqueio dos EUA funcionava ao menos para facilitar a defesa, enquanto o do Brasil chegava atrasado. Mesmo assim, o time conseguia virar as bolas e se manter na luta. Mas o bloqueio começou a falar mais alto e os norte-americanos abriram três pontos e fizeram 12/9. Bernardinho pediu tempo. Ao contrário do primeiro set, o time brasileiro não conseguia aproveitar as chances que se apresentavam. Os EUA, sim. Por isso, se mantiveram na frente até o fim e fecharam em 25/21.
Se quisesse defender seu título olímpico, o time brasileiro não podia mais vacilar. Na volta para a quadra, a equipe passou a jogar em seu capitão, Giba, as bolas que ele virou com vontade. Os ataques em geral funcionaram melhor. Mas os EUA mantiveram seu grande volume de jogo e isso deixou o jogo parelho - à espera apenas do descuido de um dos lados que decidiria a sorte da partida. Ele veio. O Brasil chegou a abrir 20/17, mas uma distração fatal permitiu que o adversário fizesse cinco pontos em seqüência e conseguisse a virada em 22/20. Dali em diante, os norte-americanos só administraram sua vantagem rumo ao 25/23 que valeu o ouro olímpico.