A serenidade e concentração demonstradas nas lutas que disputou em Pequim acompanharam Ketleyn Quadros durante a caminhada da atleta para deixar a área de competição. Primeira brasileira medalhista olímpica no esporte, a judoca manteve-se compenetrada mesmo depois da glória de ter conquistado o bronze na categoria leve (até 57kg). "Ainda tô sentindo a emoção. Tudo aconteceu muito rápido. Eu estava bem centrada. No tatame, conta quem tem mais concentração", disse.
Ketleyn tem apenas 20 anos e seus melhores resultados até os Jogos de Pequim tinham sido em competições júnior. Mas a luta que lhe valeu a medalha foi uma prova de sua frieza e discernimento. Para derrotar a australiana Maria Pekli, ela tinha a estratégia bem clara na mente. "Percebi que a australiana estava mais cansada, ela não teve muito tempo para descansar entre as lutas. Por isso forcei mais", explicou.
A técnica Rosicléia Campos, ao contrário da pupila, não se continha. "Quando falei que iríamos mudar a história, muita gente não acreditou. Estou muito feliz, acho que já posso morrer. Para mim, essa medalha representa a vida que dediquei e e a tudo o que abdiquei para viver isso aqui. É a representação material de tudo isso."
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E que Ketelyn seja apenas a primeira. Para Rosicléia, esse é o futuro. "A gente mudou. Outro judô feminino brasileiro nasceu naquele dojô."