Mário Santos terminou em 41º lugar na marcha atlética 50km, com o tempo de 4h10m25s, diferença de 33m16s para o medalha de ouro, o italiano Alex Schwaren. O marchador brasileiro manteve ritmo constante em toda prova, marcando sempre 24 minutos para cada cinco quilômetros, mas só passou a ganhar posições a partir do quilômetro 20, quando estava em 51º lugar: "A prova foi muito difícil! Fico feliz pela colocação. Treinei muito para fazer uma prova progressiva, ganhando posições nos últimos 10km. Chegar foi incrível", exaltou.
Exausto pelo esforço da disputa, Mário ressaltou que as condições do piso e do clima de Pequim dificultaram o percurso: "Pela primeira vez vejo piso tartan numa prova, dificultou demais, tínhamos que fazer o dobro da força. Some a isso a umidade alta, a temperatura. O clima em Pequim é muito instável Hoje por exemplo: na primeira hora de prova estava frio, na última hora da corrida muito quente", analisou.
Sobre a prova ser disputada num loop montado fora do estádio, com os marchadores dando 24 voltas num pequeno espaço, o atleta não crê em monotonia de ambiente: "O bom do loop é que você tem público o tempo todo, o pessoal empurra, é um grande incentivo", comenta.
Mário Santos comentou também o incentivo que recebeu dos conterrâneos de Cubatão: "Tinha horas na prova que uma vozinha lá de dentro falava 'não dá mais, desiste'. Eu pensava no pessoal torcendo lá em casa, e continuava. Matei uns 50 dragões hoje para terminar a prova", comparou.
E encerra otimista quanto ao futuro: "Não tenho muitos recursos, mas vou continuar acreditando. Marcha atlética é muito bom, você só precisa da natureza e de um tênis", finalizou.