O Comitê Executivo da Fifa definiu a Rússia como sede da Copa do Mundo de 2018 e o Catar como anfitrião do Mundial de 2022, através de eleição realizada nesta quinta-feira em Zurique, na Suíça. Será a primeira vez que os dois países irão sediar a principal competição do futebol mundial. Eles irão suceder o Brasil, que foi escolhido anteriormente para receber a Copa do Mundo de 2014.
Na disputa, a candidatura russa superou Inglaterra, Portugal/Espanha e Holanda/Bélgica. Já o Catar bateu os pleitos de Coreia do Sul, Austrália, Estados Unidos e Japão. A eleição aconteceu por etapas, até que as candidaturas de Rússia e Catar tivessem mais de 50% dos votos dos membros do Comitê Executivo da Fifa. A entidade, porém, não revelou em quantas votação as sedes dos Mundiais foram definidas.
Para sediar o evento, a Rússia prometeu construir 13 dos 16 estádios que irão receber as partidas do Mundial em 2018. O país teve o quarto lugar na Copa do Mundo de 1966, ainda como União Soviética, como melhor resultado em uma Copa. O Catar possui ainda menos tradição no futebol e nunca disputou um Mundial. Mas venceu ao apresentar uma candidatura com promessa de construção de estádios suntuosos e com sistema de ar-condicionado para minimizar o calor do país.
A fase de candidatura se iniciou com o anúncio oficial do início do processo em janeiro de 2009. Os países interessados precisaram manifestar o seu interesse em receber a Copa do Mundo de 2018 e/ou de 2022 até 2 de fevereiro de 2009. Depois, os candidatos precisaram apresentar o dossiê de candidatura e outros documentos relacionados ao evento até 14 de maio de 2010. Depois, a Fifa realizou visitas aos candidatos.
Esta foi a primeira vez que a Fifa definiu os anfitriões de dois Mundiais em um processo simultâneo. A eleição dos países-sede foi marcada por polêmicas que deixaram a credibilidade da entidade sob suspeita. A candidatura conjunta de Espanha e Portugal foi acusada de realizar um conchavo para troca de votos com o Catar.
Além disso, os membros do Comitê Executivo da Fifa, Reynald Temarii, presidente da Confederação de Futebol da Oceania, e Amos Adami, representante da Nigéria, foram suspensos, depois que o jornal inglês Sunday Times mostrou gravações em que ambos se mostravam dispostos a negociar o voto.
O escândalo mais recente estourou na segunda-feira. De acordo com a BBC, Ricardo Teixeira, presidente da CBF, Nicolas Leóz, presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol, e Issa Hayatou, presidente da Confederação Africana de Futebol, teriam recebido propinas da ISL, antiga parceira de marketing da Fifa que faliu em 2001. A Fifa, porém, se negou a investigar o caso e os três dirigentes participaram da eleição nesta quinta-feira.