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"Zombification", dos Catalépticos, ganha versão nacional

16 set 2001 às 17:28

Em agosto de 2000, a banda curitibana Os Catalépticos lançou o segundo álbum de sua carreira, "Zombification", pelo selo alemão Crazy Love Records. Um ano mais tarde, a banda pôde ver o CD lançado em sua terra natal através do selo Barulho Records. Muitos podem se perguntar: "Mas por que a demora?". Já vamos adiantar que não é por falta de interesse, muito menos de público. A banda lota qualquer show que realiza, tem a admiração de fãs e pessoas da mídia espalhados por todo o Brasil e teve seu CD anterior - "Litle Bits Of Insanity" - muito bem recebido por aqui. O atraso deveu-se a um único fator: falta de sorte.

Parece piada, mas é sério. Por duas vezes seguidas, as fábricas de CDs contratadas para prensar "Zombification" mostraram-se incompetentes. Da primeira vez, o dono do negócio (endividado) fugiu do mapa, sem deixar vestígios. Da segunda, a fábrica havia perdido as mídias e fotolitos para a fabricação. Até que na terceira, finalmente o disco fica pronto. E não foi a primeira vez que a Barulho Records enfrenta problemas para lançar os Catalépticos no Brasil. Com o primeiro CD também ocorreram atrasos por negligência da prensadora. Parece que há uma maldição rondando Os Catalépticos. E olhe que eles evitaram incluir 13 faixas neste último álbum para evitar as más vibrações do número.


Uma das faixas, "My damnation" (algo como "Minha maldição") tem um nome que até poderia ilustrar a história. No entanto, ela apenas trata de um tema do universo psychobilly - e estilo musical e de vida desta banda, que junta rockabilly com punk. À primeira vista, pode parecer muito mórbido um CD com músicas com nomes como "Terrible Nightmares", "River Of Blood", "Hot Rod Funeral" ou "El Dia De Los Muertos". No entanto, no universo psychobilly, todos estes assuntos são tratados com bastante ironia - nunca com seriedade. Seria como uma extensão musical dos filmes de terror B, aquelas produções vagabundas que mais fazem rir do que assustar.


Na parte instrumental, este CD da banda soa mais rock do que o anterior. Especialmente pelas guitarras. Se no lançamento anterior muitas pessoas taxavam os Catalépticos de metal billy (devido ao timbre metaleiro da guitarra de Vlad), desta vez ela soa mais suja e menos pesada. Mas o resultado não se alterou: o som continua nervoso. Ainda mais com a bateria acelerada de Cox e o baixo acústico de Gut, tocado com slaps, técnica que consiste em dar "tapinhas" rápidos nas cordas. As 12 faixas do álbum totalizam 30 minutos e 47 segundos do mais irado psychobilly.

Por fim, o tratamento gráfico. A banda continua bastante cuidadosa quanto à sua imagem. Editaram um encarte com 12 páginas (algo difícil de acontecer no meio psychobilly, onde os encartes de CDs são muito modestos), com design bonito e imagens que fazem relação com o nome do disco. O zumbi da capa é Marcon, o roadie (assistente de palco) da banda, que passou cerca de três horas seminu, deitado em uma gelada mesa clínica. Detalhe: a produção da foto foi realizada em um dia do inverno curitibano. Conta-se que a palidez que ele mostra na capa é natural, e não maquiada. Isso é que é boa vontade.


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