O cantor e compositor Chico Buarque assinou um manifesto em defesa do padre Júlio Lancellotti encabeçado pelo Centro Acadêmico XI de Agosto, entidade estudantil da Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo).
O pároco é alvo da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das ONGs, proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil), que deve ser instalada a partir de fevereiro na Câmara Municipal de São Paulo.
O documento também tem apoio de figuras do mundo jurídico como os advogados e professores Carol Proner, esposa de Chico, e Thiago Amparo, colunista do jornal Folha de S.Paulo, e o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. Na Câmara Municipal de São Paulo, a vereadora Luna Zarattini (PT) endossa a iniciativa.
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"Essa CPI constitui clara manipulação política da extrema direita paulistana, colocando o padre Júlio Lancellotti como alvo com flagrante fim eleitoreiro", afirma o manifesto.
O texto diz ainda que a criação da comissão é um ataque "descarado e ofensivo" contra o religioso, destacando o trabalho do pároco na região da cracolândia, na capital.
"O compromisso do padre Júlio Lancellotti com a população em situação de rua e com a defesa dos direitos humanos e sociais não será esquecido ou apagado por mais que a extrema direita tente."
A possível instalação da CPI provocou uma série de reações. Na quinta (4), até o presidente Lula (PT) saiu em defesa do padre. O petista afirmou que graças a Deus "o país tem pessoas como o religioso e que o trabalho dele e o da Diocese de São Paulo são "essenciais" para assistir a população em situação de vulnerabilidade social.
Como mostrou o Painel, a Arquidiocese de São Paulo disse na noite de quarta (3) que acompanha a ofensiva "com perplexidade".
Rubinho Nunes afirmou à coluna Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, que "todos podem ser investigados" e que o pároco "não é a Arquidiocese, tampouco a Igreja Católica". "Não vou recuar de maneira alguma", disse ainda.
Com a CPI, o parlamentar pretende investigar o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecida como Bompar, e o coletivo Craco Resiste. Ambos atuam junto à população em situação de rua e a dependentes químicos da região central da cidade, assim como o padre Júlio.
A Bompar é uma entidade filantrópica ligada à Igreja Católica e que já teve o pároco como conselheiro. Já a Craco Resiste atua contra a violência policial na região da cracolândia.
Em dezembro, o padre disse ao Painel que não tem qualquer incidência sobre as entidades e não atua em projetos conjuntos com elas. Ele ainda afirmou que não é do conselho da Bompar há 17 anos e que ocupava uma posição sem remuneração no conselho deliberativo da entidade.
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