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Polícia Federal aponta sonegação de R$ 500 milhões por bandas de forró

18 out 2016 às 10:49

A Polícia Federal, em ação conjunta com a Receita Federal, deflagrou na manhã desta terça-feira (18), a operação "For All" contra fraudes no Imposto de Renda cometidas por um grupo empresarial, Aviões do Forró, atuante no ramo do entretenimento e responsável por famosas bandas de forró e casas de show no estado do Ceará.

Cerca de 260 policiais federais e 35 auditores estão cumprindo 76 mandados judiciais, sendo 32 de condução coercitiva e 44 de busca e apreensão nas cidades de Fortaleza, Russas, no Ceará e em Souza, Pernambuco. A Justiça Federal também decretou o bloqueio de imóveis e a apreensão de veículos pertencentes a pessoas ligadas ao grupo.


Há indícios de que os integrantes da organização procuravam eximir-se da cobrança de tributos fornecendo dados falsos ou omitindo dados relevantes em suas declarações de imposto de renda pessoa física e jurídica.


O grupo ainda adquiria bens, como veículos e imóveis, sem declarar ao Fisco. Foram encontradas divergências sobre valores pagos a título de distribuição de lucros e dividendos, movimentações bancárias incompatíveis com os rendimentos declarados, pagamentos elevados em espécie, além das diversas variações patrimoniais a descoberto.


No decorrer da investigação, foram identificados indícios de lavagem de capitais, falsidade ideológica e associação criminosa. As medidas judiciais cumpridas nesta terça-feira, pela Polícia Federal, têm por finalidade buscar a responsabilização das pessoas físicas e jurídicas ligadas ao grupo empresarial e possibilitar que Receita Federal se municie de elementos suficientes permitindo uma real avaliação dos possíveis tributos sonegados.


A Operação For All já contabilizou omissão de rendimentos tributados de cerca de R$ 120 milhões entre 2012 a 2014. A PF e a Receita estimam que a sonegação de todas as empresas investigadas alcança R$ 500 milhões naquele período.


Nesta manhã, o valor apreendido foi de R$ 600 mil em dinheiro vivo com alvos da investigação. Os cantores Xand e Solange Almeida, da Aviões do Forró, foram conduzidos coercitivamente para depor na Superintendência da PF em Fortaleza. Aviões do Forró é agenciada pela A3 Entretenimentos.


"A corrupção não existe só onde estamos acostumados a ver, na política em Brasília", disse um dos investigadores.


O nome "For All" faz referência à expressão da língua inglesa "for all" (para todos). Há notícias de que no início do século XX, engenheiros britânicos instalados em Pernambuco para construir uma ferrovia, promoviam bailes abertos ao público (for all). Assim, o termo passaria a ser pronunciado "forró" pelos nordestinos. O nome da operação veio dessa origem popular da palavra Forró, principal ramo de atividade do grupo investigado.

(Atualizada às 16h30)


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