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'O Grande Circo Místico' ganha reedição

12 mar 2005 às 10:09

Crianças de todas as idades, preparem os ouvidos. A Dubas acaba de reeditar uma das melhores obras já lançadas no Brasil. Agrada os pequenos, claro, mas o ''O Grande Circo Místico'', de Chico Buarque e Edu Lobo, é um clássico que deve estar na estante de qualquer pessoa que preze a boa música.

Lançada na década de 80, a obra tem uma estreita ligação com Curitiba. Foi criada para a coreografia homônima do Balé Guaíra, que teve estréia apoteótica em 1982. A companhia curitibana chegou a fazer uma comemoração dos 20 anos do Circo, em 2002, remontando o espetáculo.


Agora ''O Grande Circo Místico'' ganha destaque à altura. A edição da Dubas traz encarte primoroso, com os desenhos do dramaturgo Naum Alves de Souza. A capa lembra o LP de 1983, lançado pela Som Livre.


O encarte traz o poema de Jorge de Lima que inspirou Naum a chamar os mestres Edu Lobo e Chico Buarque para compor as canções que integram o espetáculo. Cada faixa do livreto é ilustrada com desenhos assinados por Naum.


É o escritor também que conta, no encarte do disco, a história do trabalho:''Tudo começou com uma almofada ganha de uma amiga chamada Grace. Nela estavam escritos alguns versos de ''O Grande Circo Místico'', de Jorge Lima. Interessado em conhecer o resto fui atrás da obra do poeta e não teve jeito, aquele Circo entrou na minha vida'', relata.


No texto, Naum lembra que começou fazendo desenhos e bonecos inspirados na obra, antes de pensar na possibilidade de transformar o poema num espetáculo.


A coincidência aconteceu quando ele estava em Curitiba finalizando a montagem ''Jogos da Dança'' (com música de Edu Lobo e cenários e figurinos assinados por ele). O músico havia perguntando qual seria o próximo trabalho, ao mesmo tempo que o Balé Guaíra pedia uma nova obra. ''Eu tenho, falei na hora: ''O Grande Circo Místico'', conta Naum.


A montagem conta a história de um grande amor entre um aristocrata e uma acrobata. Desse amor, criou-se um circo, cuja saga virou poema, que ganhou vida no palco, em forma de dança.


Algumas músicas que integram a trilha, não faziam parte da primeira edição do disco e aparecem na edição atual, como ''A Dança dos Banqueiros'' e ''A Levitação'', ambas com arranjos de Chiquinho de Moraes e percussão de Pinduca. Outra faixa exclusiva do lançamento da Dubas é ''Anjo Azul'', com Márcio Montarroyos e que foi escrita especialmente para nova montagem do Guaíra

A edição também inclui a rara gravação de ''Beatriz'', com Tom Jobim ao piano. A faixa foi finalizada pelo pianista e arranjador Cristóvão Bastos, que acrescentou os últimos compassos de piano e solo de violinio de João Daltro. É uma gravação rara, mas todas que compõem o disco o são. E senão imprescindíveis, necessárias.


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