Virou um "samba do crioulo doido" o carnaval de rua do Rio. Além de samba, marchinhas e ritmos trazidos do Nordeste, como o maracatu, o samba-reggae e o afoxé, o folião que quer se divertir ao som do repertório de ícones do pop, do rock e da MPB tem cada vez mais opções de blocos. Este ano, surgiram homenagens a artistas como Marisa Monte, Rolling Stones, Bezerra da Silva, Mamonas Assassinas e Novos Baianos.
São 455 blocos a desfilar em todas as regiões da cidade até o dia 22 de fevereiro. A maior concentração é na zona sul, no centro e no bairro da Tijuca (zona norte). Os temáticos já nascem com potencial para reunir milhares de pessoas.
Assim tem sido desde a revitalização do carnaval de rua, a partir dos anos 2000, a exemplo do Mulheres de Chico (com músicas de Chico Buarque), Sargento Pimenta (Beatles), Fogo e Paixão (Wando), Toca Rauuul (Raul Seixas), Timoneiros da Viola (Paulinho da Viola) e Thriller Elétrico (Michael Jackson), que em geral multiplicam seu público com shows e ensaios pagos durante o ano.
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"No começo, as pessoas ficaram muito desconfiadas por se tratar de Beatles, mas logo perceberam que tínhamos muito respeito pelo repertório, e que fazemos música de qualidade", explica o engenheiro Leonardo Stul, um dos criadores do Sargento Pimenta. Ele lista como hits do grupo as versões de All my Loving, em ritmo de marchinha, Twist and Shout, que virou um afoxé, e Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, um maracatu.
O Sargento Pimenta já nasceu grande, em 2011, quando tocou para 5 mil pessoas. Quatro carnavais depois, já são mais de 100 mil no Aterro do Flamengo. O crescimento dos blocos é generalizado e já faz com que o carnaval de rua atraia tanta atenção no exterior quanto os desfiles das escolas de samba na Sapucaí.
O sambódromo comporta 70 mil pessoas em três noites e tem ingressos caros e disputados; gratuito, o carnaval de rua reúne 5 milhões, estima-se, durante 23 dias (contando o pré e o pós-carnaval). O Rio espera quase 1 milhão de turistas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.