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Integrantes do Rage Against the Machine voltam ao País com nova banda

13 abr 2017 às 11:53

Tom Morello, guitarrista e ativista político, ligou para cada um deles. Aos poucos, foi montando sua banda. Seu exército. Seus companheiros de música. E de briga. O músico do Rage Against the Machine recebeu repostas positivas daqueles que procurou. Estavam, tal como ele, prontos para uma boa briga. Responderam ao chamado Tim Commerford (baixo) e Brad Wilk (bateria), dois companheiros de Morello no Rage Against the Machine e, depois, do Audioslave. Nos vocais, o guitarrista convocou Chuck D (do seminal grupo de hip-hop Public Enemy) e B-Real (do grupo Cypress Hill). DJ Lord, que desde 1999 atua nas picapes do Public Enemy, completa a escalação. O ano era 2016, a campanha presidencial dos Estados Unidos pegava fogo e o mundo assistia ao confronto entre a democrata Hillary Clinton e o republicano Donald Trump.

"Tudo o que estava sendo dito durante aqueles tempos de disputa presidencial realmente afetou o Tom", conta B-Real, em entrevista ao Estado. "Então, ele foi o grande agregador. Ele sentiu que era preciso fazer algo. Queria voltar a fazer músicas como aquelas do Rage Against the Machine. Queria endossar a luta." Ao receber a ligação de Morello, o rapper ouviu que Chuck B já tinha aceitado o convite. "Aceitei na hora. Sempre fui fã do Public Enemy e do Rage Against the Machine. Parecia que era um presente de aniversário."


Assim nasceu o Prophets of Rage, uma superbanda que não gosta de ser chamada assim - e que vem ao Brasil em maio para três shows, um no Rio e dois em São Paulo (no festival Maximus e na Audio Club). B-Real explica que rótulos não são importantes. O que o sexteto busca é "falar sobre o agora". "Nos unidos para isso. Para tentar despertar algo nas pessoas durante o momento em que vivemos", ele explica. "Por tantos anos, as pessoas ficaram cegas. Deixaram coisas loucas acontecerem. E não fizeram nada a respeito disso. Eram vozes caladas."

O Prophets of Rage foi criado para atirar diretamente contra Donald Trump e seu discurso, na opinião dos integrantes, não libertário. Foram 37 apresentações que traziam uma música nascida do encontro dos músicos, chamada The Party’s Over, e versões de canções das três bandas e covers de Beastie Boys. Despejaram as pancadas - sonoras e faladas - como puderam. No dia 9 de novembro de 2016, contudo, Trump foi eleito o 45.º presidente dos Estados Unidos. Na madrugada anterior à entrevista de B-Real, o Exército norte-americano havia iniciado um bombardeio na Síria. Era até difícil encontrar por onde começar a conversa com o rapper. "Eu entendo o que quer dizer", diz. "O que posso dizer a esse respeito é que não se vence todas as batalhas. Isso não quer dizer que não é necessário continuar lutando. São tantas coisas erradas no mundo. E temos que manter a fibra. Devemos continuar lutando. Nós perdemos essa, mas vamos voltar. Ainda mais fortes. Nosso disco está vindo aí. Queremos unir as pessoas." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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