Surgida em 2003, a curitibana Charme Chulo inicialmente chamou atenção por incorporar uma viola caipira ao seu rock inspirado na banda britânica The Smiths. Na época soava como uma curiosidade, pois o instrumento sertanejo rendia timbres diferentes ao estilo, e a novidade parava por aí.
Anos mais tarde, o grupo potencializou as influências caipiras e assim chegou a uma sonoridade própria e autêntica, um rock rural como nunca foi feito antes no Brasil.
No histórico do estilo temos artistas como Beto Guedes, Zé Geraldo, Sá & Guarabira e Kleiton & Kledir, mas estes tinham a música regional como base para receber em pequena escala elementos joviais e ‘modernos’ do rock. Com o Charme Chulo, o caminho percorrido foi o inverso, pois seus integrantes tiveram uma criação musical no rock.
‘Charme Chulo’, o álbum lançado este ano, traz 12 faixas de uma banda amadurecida e autora de um som com personalidade. De imediato, é possível reconhecer as músicas que serão mais pedidas nos shows: ‘Mazzaropi Incriminado’, ‘Piada Cruel’ e ‘Não Deixe a Vida Te Levar’.
Também ganham destaque, apesar de menos cantaroláveis, ‘Barretos’, ‘Piada Cruel’ e ‘Polaca Azeda’ (estas duas últimas, regravadas do EP de estréia, de 2004). As letras costumam tratar dos dilemas da vida, aqui tratados com serenidade e até com ironia. A maioria das canções não têm refrão, mas nem por isso elas deixam de ser pop.
Igor (vocais), Leandro (guitarra e viola caipira), Peterson (baixo) e Rony (bateria) não tentam se passar por caipiras urbanos. Eles continuam sendo os mesmos garotos que tocam em uma banda de rock mas que sabem dialogar com uma cultura musical tipicamente brasileira (que a princípio renderia um encontro conflitante), encontrando uma interação saudável entre os dois estilos, criando assim seu diferencial.
O álbum pode ser adquirido diretamente com a banda através do site www.charmechulo.com.br por R$ 15 (já com taxa de correio inclusa).