"Esse material coloca o Legião Urbana no seu devido lugar", diz Dado Villa-Lobos, ex-guitarrista do grupo de Brasília, sobre uma nova edição de toda a discografia de estúdio da banda, em CD e vinil, inclusive os dois últimos, "A Tempestade" (1996) e "Uma Outra Estação" (1997), que não foram lançados em LP. Soa como se a banda estivesse esquecida no ostracismo desde seu fim, em 1996, após a morte de Renato Russo. Muito pelo contrário. O fenômeno é outro. E a legião nunca chegou ao fim.
Os números comprovam isso. No ano passado, somando todos os discos da banda, entre coletâneas e gravações ao vivo, e os trabalhos solos do Trovador, como Renato Russo era conhecido, foram vendidas 250 mil unidades. Desde o primeiro disco, "Legião Urbana" (1985), os números são mais expressivos: 14 milhões de cópias vendidas de toda a obra. Os números são da gravadora EMI.
Trata-se de uma adoração que nem o próprio Dado consegue explicar. "Conseguimos realizar nossos sonhos de garotos. Conseguimos produzir uma música que é relevante até hoje. É incrível estar inserido nesse coletivo cultural brasileiro. Fazemos parte de tudo isso", completa o músico.
E para comemorar os 25 anos do lançamento do primeiro disco, a gravadora e os dois ex-membros da banda, Dado e Marcelo Bonfá, prepararam uma edição definitiva com todos os oito álbuns de estúdio da banda, em três formatos: uma caixa com oito discos, em vinil de 180 gramas e com os CDs vendidos separadamente. Todo o áudio, já remasterizado em Abbey Road (o mundialmente famoso estúdio dos Beatles), em 1995, foi novamente tratado. Além de capas e encartes originais, cada item possui um material extra caprichado, com fotos e textos de bastidores produzidos pela jornalista Christina Fuscaldo, com ajuda de depoimentos de todos os músicos envolvidos na gravação dos oito discos. Foi um processo que, desde sua concepção, levou um ano e meio para ser finalizado.
"Eles (gravadora) não fizeram nada sem a gente. Tudo deveria ter a nossa autorização primeiro. De todo o material fotográfico aos textos dos bastidores", explica Dado. A ideia de incluir os bastidores é mostrar o contexto no qual cada álbum foi concebido. Toda essa edição luxuosa teve um investimento de R$ 300 mil. E os valores dos produtos nas lojas não são módicos. Um disco sai por R$ 29,90. Já os vinis vão de R$ 120 a R$ 190. As informações são do Jornal da Tarde.
Preços da coleção de luxo:
Box com oito CDs: R$ 350;
Digipaks: R$ 29,90 (cada);
Vinis "As Quatro Estações'' e ''Descobrimento do Brasil'': R$ 120 (cada);
Vinis ''Legião Urbana'', ''Dois'', ''Que País É Este?'' e ''V'': R$ 140 (cada);
Vinis ''A Tempestade'' e ''Uma Outra Estação'' (duplos): R$ 190 (cada).