Até o começo dos anos 2000, era fácil encontrar uma Blockbuster para escolher um filme para levar para casa. Hoje em dia, na era em que muitas pessoas possuem celular iPhone, contas em plataformas de streaming e acesso a catálogos online, as populares 'locadoras' são quase inexistentes. Nos Estados Unidos, a última Blockbuster resiste. Em março, a penúltima sobrevivente fechou as portas na Austrália. No ano passado, outras duas unidades no Alasca também deixaram de funcionar.
A cadeia de aluguel de filmes foi sucesso nos anos 1990. Sua logo aparece em filmes como Toy Story (1996) e Capitã Marvel (2019). Em 2011, liquidada em dívidas, ela foi comprada pela Dish Network por US$ 320 milhões.
A Blockbuster da cidade de Bend, no estado de Oregon, é hoje a única aberta no mundo. Ela está localizada na beira de uma rodovia. Como última loja, aproveitou a situação e tomou para si o rótulo de exclusividade, atraindo turistas.
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O sucesso da longevidade da filial pode estar na própria cidade. A região é territorialmente dispersa, com comunidades pequenas espalhadas e distantes entre si. Internet em alta velocidade, necessária para utilizar plataformas de streaming, acaba não alcançando as casas. Alguns moradores, então, optam por alugar filmes.
O caso da Blockbuster é semelhante ao de outras empresas que faliram após transformações da tecnologia. Tower Records, cadeia de lojas que vendia CDs e DVDs nos EUA, ainda opera com certo sucesso no Japão, apesar de ter quebrado no seu país de origem. Howard Johnson's, uma das maiores de fast-food dos Estados Unidos, hoje tem um único restaurante em Lake George, no estado de Nova York.
Há casos ainda como o da Kodak, que hoje usa seus laboratórios nos porões do antigo conglomerado para estudar nanopartículas. Para esta empresa, o advento da fotografia digital foi uma ruína. Hoje, ela possui US$ 2 bilhões (R$ 6,9 bilhões) em vendas anuais, comparados com os US$ 19 bilhões (R$ 65,5 bilhões, na cotação atual), em 1990. À época, eram 145 mil empregados ao redor do mundo, hoje são 8 mil.