No dia 19 de abril é celebrado o Dia do Índio. O propósito da data é a preservação da memória e o despertar de reflexões críticas na sociedade sobre a relação de dominação dos povos originários pelos colonizadores.
O debate acerca das lutas indígenas ainda é restrito aos meios acadêmicos. Mas, utilizando as tecnologias disponíveis, os povos indígenas vêm encontrando outras formas de contar a história, em especial, a partir de seus lugares de fala, desconstruindo a visão eurocêntrica.
Documentários, filmes e livros escritos por indígenas estão povoando as telas e estantes. Como, por exemplo, "A queda do céu: Palavras de um xamã yanomami”, escrito pelo xamã Davi Kopenawa Yanomami, em que relata como sua tribo lutou contra a destruição da floresta Amazônica.
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A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) disponibilizou mais de 80 filmes indígenas gratuitamente, entre longas-metragens e curtas, de diversos países, principalmente países da América Latina. Na lista, há produções brasileiras, como os que contam a vida das etnias Kalapalo e Kawaiwete. Todos estão disponíveis no canal do YouTube da Unesco
Vídeo nas Aldeias
O projeto "Vídeo nas Aldeias” foi criado com o objetivo de apoiar as lutas dos povos indígenas para fortalecer as suas identidades e seus patrimônios territoriais e culturais, por meio de recursos audiovisuais e de uma produção compartilhada. O trabalho é precursor na área de produção audiovisual indígena no Brasil, tendo surgido dentro das atividades da ONG Centro de Trabalho Indigenista, como um experimento realizado por Vincent Carelli entre os índios Nambiquara.
Em 1997, foi realizada a primeira oficina de formação na aldeia Xavante de Sangradouro. O VNA foi distribuindo equipamentos e câmeras para as comunidades, e criando uma rede de distribuição dos vídeos que iam sendo produzidos. Todos os materiais produzidos estão disponíveis de forma gratuita no canal do YouTube "Vídeo nas Aldeias".
Centro de Memória e Cultura Kahngág
O CMCK (Centro de Memória e Cultura Kaingang) fica localizado na Terra Indígena Apucaraninha. O espaço é destinado a preservação e fortalecimento da cultura tradicional e contemporânea dos Kaingangs.
Eles definem como: "espaço onde se guarda e cria acervos de memória kaingang e demais culturas indígenas. Espaço onde se promove debates, ações, pesquisas, circulação e projetos sobre a memória e cultura kaingang. Espaço de capacitação de agentes culturais kaingangs. Espaço de exposição da memória material da comunidade da TI Apucaraninha. Espaço de encontro e troca cultural da comunidade”.
Os indígenas tiveram oficinas para aprender a usar as câmeras. Depois gravaram e editaram seus materiais, que estão disponíveis de forma gratuita no canal Kaingang CMCK. (Com informações de Lunetas, Companhia das Letras e Mundo Negro).
*Sob supervisão de Fernanda Circhia