O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta segunda-feira (22), em tom irônico, que quer ver Sergio Moro subir num carro de som e falar com o povo. O ex-ministro da Justiça é seu potencial adversário em 2022.
"Quero ver ele num carro de som, falando com o povo. Só isso, mais nada", afirmou nesta noite.
O mandatário respondeu a comentários de apoiadores no cercadinho, que criticavam o ex-juiz da Lava Jato.
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Bolsonaro disse ainda que não tem acompanhado Moro, que se filiou no último dia 10 ao Podemos com discurso de candidato ao Palácio do Planalto. O ex-juiz sempre disse que não entraria para a política.
Moro atuou à frente dos principais casos da Operação Lava Jato e determinou a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O petista ficou detido por mais de 500 dias, até ser solto por determinação do STF (Supremo Tribunal Federal).
Em uma derrota para Moro em março de 2021, a Corte depois considerou-o parcial e anulou os processos contra o ex-presidente.
O ex-juiz entrou para a política a convite de Bolsonaro, em 2018, ao aceitar convite para comandar o Ministério da Justiça. Lá ficou até romper o governo, sob acusação de interferência na PF pelo presidente, em abril de 2020.
Um apoiador questionou ainda Bolsonaro, nesta segunda-feira, se as privatizações não estariam "atrasadas", depois de três meses de governo.
"Privatizar não é botar na prateleira. Quem quer compra aí. Grande parte delas passa no Parlamento. Estamos brigando pelos Correios, pela Telebrás.. Eletrobrás", disse o presidente.
O projeto de desestatização dos Correios está parado no Senado. De acordo com o ministro das Comunicações, Fábio Faria, o governo pretende privatizar a estatal em julho de 2022.
O presidente retomou ainda, nesta segunda-feira, uma acusação antiga, ao conversar com um apoiador da Noruega. "Noruega bate tanto na gente na questão ambiental. Continua matando baleia por lá ou não?", disse o chefe do Executivo.
Em 2019, ele chegou a compartilhar um vídeo sobre caça de uma caça tradicional realizada em uma ilha dinamarquesa para criticar a Noruega, que havia anunciado a suspensão de repasse de recursos ao Fundo Amazônico.