O trecho vai das proximidades da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) até a região onde fica a sede da Vigilância Sanitária, perto do Shopping Boulevard e da avenida Dez de Dezembro.
Já são quase duas décadas que a prefeitura aguarda a União repassar o antigo leito da linha férrea que fica na zona leste de Londrina para o domínio do município. O trecho vai das proximidades da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) até a região onde fica a sede da Vigilância Sanitária, perto do Shopping Boulevard e da avenida Dez de Dezembro.
O impasse tem prejudicado projetos de interesse do poder público londrinense, o que também impacta a vida da população. “Precisamos desse antigo leito para fazer o prolongamento da avenida dos Pioneiros até a Dez de Dezembro. Esta situação está travando a cidade e causando problemas de solução técnica e de drenagem urbana. Temos alagamentos, por exemplo, na avenida Celso Garcia Cid quando chove”, reclamou o secretário municipal de Obras e Pavimentação, João Verçosa.
Há cerca de 35 anos, o município retirou a linha férrea que passava pelo centro, onde hoje está a avenida Leste-Oeste, para fora da área urbana, numa parceria com a então Refesa (Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima), que era uma estatal de transporte ferroviário que tinha a União como principal acionista, criada durante o governo Juscelino Kubitschek. A empresa deixou de existir em 2007, após ser privatizada.
No entanto, alguns trechos ferroviários foram mantidos por mais alguns anos, como na região onde hoje está o shopping Boulevard, já que funcionava uma indústria de processamento de grãos. O combinado entre a prefeitura e o governo era de que os terrenos seriam transferidos para o município quando as linhas fossem desativadas. Aproximadamente 20 anos depois dos canais deixarem de funcionar o repasse ainda não aconteceu.
“Foi estabelecido em escritura pública o repasse, já que o município permutou áreas para que fosse feita a variante ferroviária. Quando houve a desativação, o ramal deixou de existir, mas no cadastro da Rumo e da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) aquilo consta como linha em funcionamento, o que é um absurdo”, destacou.
OFÍCIO SEM RESPOSTA
Em 2019, o município enviou um ofício à Superintendência do Patrimônio da União no Estado do Paraná, vinculado ao Ministério da Economia, solicitando a transferência do domínio, entretanto, quatro anos depois ainda não houve uma resposta. O problema foi levado pelo secretário de Obras à reunião realizada na semana passada entre prefeitos da região e integrantes da Rumo e do Ministério dos Transportes, em Londrina.
Atualmente, são poucos os resquícios da antiga linha férrea que cortava a zona leste. Na esquina da rua Carmela Dutra com a rua Jambo, por exemplo, ainda existem algumas ferragens. “Seria muito bom se duplicassem a avenida até perto do shopping. O fluxo de veículos aumentou muito com os novos empreendimentos e é uma região que não para de crescer. Uma pena que uma questão burocrática está impedindo as melhorias”, comentou o auxiliar de serviços gerais Geraldo Moura.
“Precisamos que a ANTT e a Rumo façam a transferência do que é um direito do município, porque está travando o desenvolvimento da cidade”, reforçou Verçosa. A reportagem entrou em contato com o Patrimônio da União e a ANTT, mas não obteve retorno até a finalização da matéria.