O vereador Jamil Janene (PP) usou o plenário durante a sessão desta quinta-feira (14) da Câmara Municipal de Londrina para fazer duras críticas ao contrato emergencial do serviço de capina e roçagem. Os trabalhos, paralisados na cidade desde setembro, voltaram a ser realizados pela Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) nesta semana.
A empresa responsável pela capina, M.R. Rossi (Andradina-SP), vai receber R$ 0,24 por metro quadrado limpo. "O valor é 40% mais caro se comparado ao contrato anterior", disse Janene, citando o contrato da Visatec, que acabou rompido após a constatação de diversas irregularidades. O vereador ameaçou entrar com um pedido de abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar o contrato. "Eu quero que a CMTU mostre dados que justifiquem o aumento", argumentou. "Você gasta milhões com a capina e diz que não tem dinheiro? ", questionou.
A atual diretoria da CMTU dividiu os serviços de limpeza em quatro lotes. A M. R. Rossi ganhou dois deles e os serviços de capina e roçagem. A empresa deve fazer o serviço em até 5,3 milhões de metros quadrados por mês.
O lote 3 compreende a limpeza e conservação de áreas verdes, de lazer e esporte e dos lagos, além de alguns prédios públicos. A vencedora foi a Costa Oeste Serviços de Limpeza Ltda, de Medianeira-PR, que vai receber R$ 269.895,68 por mês. O edital prevê a contratação de 48 funcionários e o uso de oito veículos e quatro barcos.
O lote quatro prevê a capina e roçagem do terrenos particulares, a retirada de entulhos de 250 pontos irregulares de despejo e varrição de algumas avenidas e ruas do quadrilátero central. A empresa escolhida foi a MBS de Votuporanga-SP, que vai receber R$ 466 mil mensais.
O presidente da companhia, Carlos Alberto Geirinhas, já justificou o aumento no valor pago pelos serviços. "O número de funcionários será mais do que o dobro, 100% do perímetro vai ser atendido dentro de prazo de 30 dias e serviços como a retirada de entulhos, limpeza de áreas de lazer, mobiliário urbano e terrenos particulares foram acrescidos."
As justificativas não convenceram Jamil Janene. "Cadê o Ministério Público para investigar? Existe algum tipo de 'jogo de compadres' entre MP e prefeitura?", questionou. Mais tarde, depois da publicação da reportagem, o vereador usou novamente o plenário e procurou o Bonde para fazer uma ratificação. "A minha fala deu a entender algo que eu não quis dizer. Não quis sugerir que o MP está fazendo jogo de compadre, mas que eu, como vereador, tenho que fiscalizar e não vou participar deste jogo", explicou.
Janene disse, ainda, que mandou retirar a fala da ata da sessão.
Bate-boca
Durante a explanação, o vereador foi chamado de "mentiroso" por um homem que acompanhava a sessão de uma das galerias do Legislativo. "Estou aqui trabalhando e você?", afirmou o parlamentar enquanto o homem era retirado da galeria pelos seguranças da Câmara. "Você critica o político, mas não conhece a vida do cara...", concluiu o pepista.