Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Temas polêmicos

STF decidiu não julgar decretos de armas, drogas e aborto em 2021

Matheus Teixeira e Marcelo Rocha/Folhapress
31 dez 2021 às 15:35
- Gervasio Baptista/SCO/STF
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

O STF (Supremo Tribunal Federal) encerrou as atividades de 2021 com uma série de assuntos de forte impacto para a sociedade pendentes de julgamento.


A corte preferiu não tomar nenhuma decisão e adiar a conclusão da análise de temas como aborto, descriminalização das drogas e o marco temporal para demarcação de terras indígenas, além de decretos presidenciais que facilitam o acesso a armas de fogo.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


Pedidos de vista (mais tempo para analisar o caso) de ministros e decisões individuais do presidente da corte, Luiz Fux, que controla a pauta do plenário físico, impediram uma palavra final do Supremo sobre esses casos.

Leia mais:

Imagem de destaque
Segunda ausência

Adversários criticam ausência de Tiago Amaral em mais um debate em Londrina

Imagem de destaque
'Ele provocou'

Bolsonaro critica Marçal por comparar cadeirada com facada e reafirma voto em Nunes

Imagem de destaque
Novela judicial

Revisão da vida toda volta ao plenário do STF com voto favorável de Alexandre de Moraes

Imagem de destaque
Entenda

Eleições 2024: candidatos não podem ser presos a partir deste sábado


Desde que assumiu o comando do STF, em setembro de 2020, Fux tem adotado a estratégia de adiar discussões polêmicas, principalmente aquelas que levantam debate sobre a chamada agenda de costumes.

Publicidade


O processo que pode descriminalizar as drogas, por exemplo, teve julgamento iniciado em 2015 e já tem três votos para excluir a previsão de que é crime portar substâncias ilícitas.


O ministro Dias Toffoli, que antecedeu Fux à frente do Supremo, chegou a marcar a análise para junho de 2019, mas, em um gesto ao governo de Jair Bolsonaro (PL), que é contra a descriminalização, retirou a ação de pauta. O atual presidente do tribunal, por sua vez, nem sequer marcou data para julgamento.

Publicidade


A ação em que o PSOL pede para o STF determinar que o aborto até a 12ª semana de gravidez deixe de ser considerado crime vive situação parecida. O caso chegou à corte em 2017 e, até hoje, não teve julgamento iniciado nem tem data para que seja analisado pelo plenário da corte.


Há outros dois temas caros a entidades de direitos humanos que chegaram a ser pautados, mas não foram concluídos ou nem tiveram análise iniciada.

Publicidade


São duas ações que podem limitar os poderes da Justiça Militar. Uma delas visa retirar desse braço do Judiciário a atribuição de analisar crimes cometidos por integrantes do Exército em operações de GLO (Garantia da Lei e da Ordem), como nos casos de ocupações em favelas e de ações de proteção às fronteiras.


A outra diz respeito a um pedido para que seja reconhecida a incompetência da Justiça Militar para julgar civis em tempos de paz.

Publicidade


Os dois processos foram movidos pela PGR (Procuradoria-Geral da República) em 2013, quando se intensificou a atuação do Exército em operações de segurança pública. A Procuradoria quer limitar o alcance da Justiça Militar.


O STF, porém, tem evitado concluir os dois julgamentos por se tratar de tema sensível e com possível repercussão na relação do Judiciário com as Forças Armadas.

Publicidade


Fux chegou a incluir os dois processos na pauta do plenário, mas outros casos acabaram ganhando prioridade.


A análise da ação que discute quem deve julgar integrantes do Exército que atuam em GLO, por exemplo, começou em 2018, com os votos dos ministros Marco Aurélio e Alexandre de Moraes a favor da competência da Justiça Militar.

Publicidade


O ministro Edson Fachin se posicionou no sentido contrário, e o caso foi interrompido por pedido de vista de Luís Roberto Barroso.


Em fevereiro deste ano, o julgamento foi retomado no ambiente online e Barroso deu o terceiro voto contra o pedido da PGR, mas Ricardo Lewandowski retirou o caso do plenário virtual para que seja debatido presencialmente.


Na outra ação, que ainda não teve apreciação iniciada, a Procuradoria afirma que o Supremo deveria dar nova interpretação a uma lei de 1969 para que ela se adeque às regras estabelecidas na Constituição de 1988.


De acordo com a PGR, atualmente para definir o responsável por julgar determinado ato se investiga qual a intenção do agente civil e, se de qualquer modo atingir a instituição militar, já é atraída a competência da Justiça Militar.


O órgão, porém, diz que esse segmento do Judiciário só deveria ter poder para julgar civis "em caráter excepcional" e quando houver "ofensa à pátria, à garantia dos poderes constitucionais, à garantia, por iniciativa destes, da lei da ordem".


A questão do marco temporal para demarcação de terras indígenas chegou a ser levada para apreciação do conjunto da corte, mas Moraes pediu mais tempo para analisar o assunto.


A tese em discussão prevê que as comunidades indígenas só podem reivindicar terras por elas ocupadas antes da promulgação da Constituição de 1988.


O Palácio do Planalto defende que o tribunal valide o marco temporal. O placar do julgamento, realizado na modalidade presencial, ficou paralisado em 1 a 1.


O debate com forte impacto para as comunidades indígenas voltará ao plenário em junho, segundo a previsão de julgamentos de 2022 divulgada no último dia 17 pelo Supremo.


Em fevereiro de 2022, mês de retomada dos trabalhos dos tribunais superiores, está prevista a continuação do julgamento da ação referente às restrições impostas às operações policiais em comunidades do Rio de Janeiro durante a pandemia de Covid-19.


Controvérsia também relacionada à Covid-19, a obrigatoriedade de passaporte de vacina ou quarentena para viajantes que chegam ao país também é outro assunto previsto na pauta.


A corte já tinha oito votos para estabelecer a necessidade de apresentar o comprovante, nos termos da decisão de Barroso, mas um pedido do ministro Kassio Nunes Marques para transferir a análise do tema do ambiente virtual para o plenário físico a interrompeu.


A pauta inclui também a liminar concedida por Barroso para suspender trechos da portaria do Ministério do Trabalho que proíbem empresas de exigirem comprovante de vacinação na contratação ou na manutenção do emprego. A decisão provisória autorizou que os empregadores exijam o comprovante dos trabalhadores.


Estão previstos julgamentos importantes na esfera eleitoral. Vai a referendo uma liminar de Kassio que restringiu alcance da Lei da Ficha Limpa. Os integrantes do tribunal vão analisar o dispositivo que, em 2018, barrou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da disputa em 2018.


A corte vai analisar uma liminar que determinou que as federações partidárias devem obter registro de estatuto até seis meses antes das eleições, a exemplo do que é exigido para as legendas. O relator é Barroso.

Publicidade

Últimas notícias

Publicidade