Política

Partidos jogam tudo no esforço da boca-de-urna

04 out 2002 às 15:55

A dois dias das eleições, só resta aos candidatos esperar que os militantes atraiam os votos dos cerca de 7% de indecisos, segundo as pesquisas mais recentes. Embora os comitês evitem admitir, a estratégia final dos comandos de campanha tem com base a proibida boca-de-urna. A propaganda preferida para esse tipo de campanha é a cola com os números dos candidatos.

Segundo o responsável pela mobilização do PT, Francisco Campos, o partido conta com a participação de pelo menos 700 mil militantes. Segundo ele, são esperadas outras 2,5 milhões de pessoas que simpatizam com Luiz Inácio Lula da Silva e que, no calor da eleição, pegam material nos comitês das cidades.


"Muitos candidatos de partidos que nem fazem parte da nossa coligação estão fazendo material com nome de Lula", afirmou Campos.


Na campanha de José Serra, do PSDB, a estratégia é usar a infra-estrutura montada pelos candidatos da coligação em todo o país. A coordenação da campanha enviou camisetas, colas, bandeiras e santinhos para os políticos locais. Em troca, eles seus militantes fazem campanha para Serra.


"São pelo menos 700 mil militantes e 600 milhões de colas para o dia da eleição", garante o responsável pela mobilização do PSDB, Marco Antônio Maurício.


A campanha de Anthony Garotinho, do PSB, é a mais tímida no quesito boca-de-urna. O partido não tem registro de militantes para o esforço de domingo. Conta com evangélicos e cabos eleitorais do PSB para atrair os últimos indecisos.


"Aqui a situação é grave. Na maioria das vezes não tem dinheiro para o material. Quando tem, não conseguimos pagar o frete", lamenta-se Renato de Andrade, do comitê de Garotinho.

O trunfo da Frente Trabalhista, de Ciro Gomes, é a Força Sindical. A central comprometeu-se a pôr na rua pelo menos 80 mil pessoas para pedir votos para Ciro. O custo do material será dividido entre ela e os partidos da coligação.


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