O prefeito de Londrina, Marcelo Belinati (PP), encerra nesta terça-feira (31) sua passagem de oito anos pela Prefeitura da segunda maior cidade do Paraná. Ele assumiu a administração municipal em 2017, após ter atuado como vereador e deputado federal.
Olhando para os últimos anos, agora com alguns cabelos brancos, Belinati, aos 53 anos, diz que o sentimento é de “missão cumprida”. Ele cita a transformação da cidade na sua gestão e, principalmente, a preparação de Londrina para o futuro - há um avançado processo de atração de indústrias e um novo arcabouço legal, por meio da revisão do Plano Diretor, que deverá dar o norte para o desenvolvimento londrinense.
“Londrina, hoje, está em outra etapa. Não dá para você fazer tudo. Foi um longo trabalho de reconstrução, as escolas estavam caindo, os postos de saúde estavam caindo, estava tudo deteriorado, eram muitos anos sem a manutenção adequada. A cidade é como uma casa, se você não cuidar, vai deteriorando. Agora, precisa avançar cada vez mais”, afirma o prefeito em entrevista à FOLHA.
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A partir de 1° de janeiro, Belinati voltará a se dedicar à medicina e trabalhará na articulação de sua candidatura ao governo do Estado em 2026, em que projeta ser um candidato “desvinculado” das forças políticas da capital paranaense. "É um desafio", reconhece o prefeito.
Confira a entrevista com o prefeito Marcelo Belinati
Qual é seu sentimento ao final da sua passagem pela Prefeitura?
A sensação é de missão cumprida. Londrina se transformou, isso é fato. Londrina, hoje, é outra cidade, muito melhor do que era há oito anos. Está preparada para o presente e para o futuro. Nós temos a prefeitura mais transparente do Brasil pelo oitavo ano seguido, temos contas equilibradas, com obras por toda a cidade, grandes indústrias multinacionais vindo para Londrina, o que não acontecia há muitos anos. Temos recorde de geração de emprego, Londrina vive um momento de pleno emprego. O leilão da Cidade Industrial foi um sucesso, são dezenas de indústrias que vão se instalar ali. A cidade de Londrina está vivendo um momento muito bacana, um momento especial, e o londrinense percebe isso. Quando nós entramos, eu sentia que o londrinense estava desanimado, estava desacreditado com o futuro da cidade e ele se reencontrou com a sua autoestima, com o orgulho de ser londrinense, com essa sensação de pertencimento e de saber que mora em uma das melhores cidades do Brasil.
Qual foi o maior acerto da sua gestão?
É difícil a gente falar da gente, né? Foram feitas tantas coisas. Por exemplo, foram milhares de obras em Londrina, escolas, postos de saúde, creches… Londrina tem 100% da iluminação em LED, viadutos, túnel, duplicações e avenidas novas. Mas se teve um acerto, foi investir no ser humano, nas pessoas. As obras, é lógico, beneficiam a população, mas investir no ser humano diz respeito ao trabalho social que foi feito. Hoje, as escolas têm merenda de qualidade, de primeiro mundo, orientada por nutricionistas. O aluno tem material e uniforme escolar. Contratamos mais médicos do que a somatória de prefeitos dos últimos 20 anos. Nós duplicamos o orçamento da Assistência Social, triplicamos o orçamento da Saúde. Tudo isso é investir no cuidado das pessoas, naquilo que mais toca o ser humano. Foram mais de 40 mil cirurgias de catarata, entregamos mais de 15 mil aparelhos auditivos. São alguns exemplos, mas foram ações em todas as áreas. Temos projetos sociais em Londrina fantásticos, triplicamos o investimento no esporte.
O que o senhor lamenta não ter conseguido tirar do papel?
Tem muita coisa que não deu tempo de fazer. Veja, quando você vê uma obra acontecendo, o dinheiro é a parte mais fácil de conseguir. Tem muito trabalho anterior, você tem que fazer o projeto, tem que ter as licenças ambientais, obter todas as licenças que a lei exige. Então, quando você vê uma obra acontecendo, tem um trabalho anterior de pelo menos dois a três anos. Tem muita coisa que está andando. Eu falei para o prefeito Tiago Amaral que, no primeiro ano, ele vai ter dezenas de obras para entregar e para começar, obras importantes e fundamentais. Estamos fazendo três UPAs, seis escolas, a avenidas Constantino Pialarissi e Octavio Genta, que vão se interligar e criar um novo ramal de desenvolvimento para Londrina. Tem muita coisa que eu gostaria que tivesse dado tempo de concluir, como o Aparecidinha, por exemplo. É a maior área de ocupação de Londrina, um povo bom e trabalhador. Nós fizemos todos os projetos, todos os levantamentos, compramos o terreno e agora só falta licitar para começar a obra para levar infraestrutura.
E o Flores do Campo?
Provavelmente antes de sair do mandato, nós vamos dar a solução. Estamos finalizando o entendimento com a Caixa Econômica Federal, com o governo federal, com o governo do Estado, através da Cohapar, para dar um encaminhamento de uma solução para o Flores do Campo. O Ministério [das Cidades] vai nos garantir as 1.218 moradias faixa 1 para as pessoas que têm baixa renda e aquela área vai ser doada para o município - a Prefeitura pode fazer um novo empreendimento no local.
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