Política

Lula muda ministério, estatais e BC

01 jul 2005 às 16:30

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva planeja concluir ainda nesta sexta-feira a reforma ministerial que vai ampliar a representação das bancadas do PMDB, reduzir o espaço do PT e substituir ministros candidatos às eleições de 2006, assegurou uma fonte credenciada.

A substituição de candidatos, assegurou a fonte, também alcançará o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, embora ele tenha negado na quinta-feira que vá disputar o governo de Goiás. O nome para substitui-lo é do secretário-executivo da Fazenda, Murilo Portugal.


Lula decidirá também sobre a substituição de dirigentes de estatais candidatos às eleições, o que pode levar à troca do presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, e a mudanças na Chesf e outras empresas.


Entre os ministros, a mudança mais importante será a saída do petista Humberto Costa, para entregar o Ministério da Saúde ao PMDB. O deputado Saraiva Felipe (PMDB-MG) é o nome que Lula considera para o cargo desde quarta-feira, mas enfrenta grandes resistências da bancada do PT.


Ainda na cota do PMDB, o senador Hélio Costa (MG) é o nome mais forte para substituir o deputado Eunício Oliveira (CE) no Ministério das Comunicações. Hélio Costa preenche os critérios estabelecidos por Lula de conhecer tecnicamente o setor e não ser candidato em 2006 (está no meio do mandato).


Para Minas e Energia, Lula deve confirmar a indicação do ex-presidente José Sarney (PMDB-AP): o atual presidente da Eletrobrás, Silas Rondeau, no lugar do interino Maurício Tolmasquim.


Dirigentes do PMDB informaram a Lula que, com a volta de Romero Jucá ao Senado, os parlamentares preferem trocar o Ministério da Previdência pelo de Cidades. O atual ministro, Olivio Dutra, do PT, deseja permanecer no governo, segundo as fontes da Reuters. Lula tem a opção de deslocar Olívio Dutra para o Trabalho, pois já decidiu devolver à Câmara o ministro Ricardo Berzoini, que é deputado pelo PT de São Paulo.


Ministros confirmados


O presidente confirmou aos auxiliares que manterá as chamadas secretarias temáticas (Políticas de Mulheres, Igualdade Racial, Direitos Humanos e CDES). Lula planeja extinguir a Secretaria Especial da Pesca e também a Secretaria de Coordenação Política, mas ainda não decidiu de que forma poderá manter no governo seu titular, o ministro Aldo Rebelo (PCdoB).


Desde a demissão do ex-ministro José Dirceu, há duas semanas, Lula vem chamando individualmente os ministros para confirmar os que devem acompanhá-lo até o final do mandato.


Foram confirmados, segundo as fontes da Reuters, Antonio Palocci (Fazenda), Paulo Bernardo (Planejamento), Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), Ciro Gomes (Integração Nacional), Marina Silva (Meio Ambiente), Tarso Genro (Educação), Miguel Rosseto (Desenvolvimento Agrário), Waldir Pires (CGU), Alfredo Nascimento (Transportes), Walfrido Mares Guia (Turismo), e, agora, Eduardo Campos, todos cancelando ou adiando projetos eleitorais.


Dos que não têm projetos eleitorais, estão confirmados Márcio Thomaz Bastos (Justiça), Dilma Rousseff (Casa Civil), Luiz Dulci (Secretaria Geral), Roberto Rodrigues (Agricultura), Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento, Indústria e Comércio), Gilberto Gil (Cultura), Celso Amorim (Relações Exteriores), Luiz Gushiken (Comunicação de Governo) e Jorge Félix (Segurança Institucional).


O vice-presidente José Alencar permanece no Ministério da Defesa, pelo menos até a definição da chapa para a reeleição de Lula, no início de 2006.


Jacques Wagner (CDES) aguarda a decisão final de Lula sobre a Coordenação Política. Ele disse a Lula que, na hipótese (aparentemente remota) de ser deslocado de pasta abriria mão de disputar o governo da Bahia.

Fonte: Reuters/UOL


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