A prisão do advogado Marcos Colli, ex-presidente do Partido Verde (PV) de Londrina, repercutiu na Câmara Municipal durante a sessão desta terça-feira (21).
Colli foi detido no final da tarde de segunda-feira (20) acusado de estupro de vulnerável, com base no artigo 217 do Código Penal, que condena a prática de "conjunção carnal ou outro ato libidinoso com menores de 14 anos". Ele ocupava cargo comissionado na Mesa Executiva do Legislativo.
A vereadora Lenir de Assis, do PT, lembrou que no último sábado (18) foi celebrado o Dia Nacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. "Hoje não dá para falar sobre assunto, como já estava na minha pauta, sem manifestar a nossa indignação em relação ao episódio ocorrido com um dos membros desta Câmara de Vereadores", declarou.
De acordo com a petista, a exploração sexual é a segunda maior causa de violência contra criança, ficando atrás apenas do abandono. "Dos 100% dos casos notificados de violência, 35% são exploração sexual. Além disso, mais de 80% são cometidos por familiares, que deveriam proteger as vítimas", informou.
Lenir ainda ressaltou que a faixa etária mais violentada é entre 0 e 9 anos. "Atualmente, são acompanhados mais de 600 casos em Londrina", acrescentou.
O presidente da Casa, Rony Alves (PTB), disse que a prisão "chocou" a cidade de Londrina e lembrou que Colli foi candidato à prefeito. "A Câmara é um retrato da sociedade. O que acontece na sociedade, acontece aqui dentro até porque as pessoas convidadas para trabalhar na Câmara são tiradas da própria sociedade", comentou.
Alves confirmou a exoneração do ex-assessor, que foi publicada na manhã de hoje. "Não cabe aqui qualquer condenação antecipada, mas acabe ações para proteger esta Casa e a sociedade londrinense", afirmou.
"Não era algo que nós pudéssemos desconfiar ou imaginar para oferecer algum tipo de ajuda. A cidade foi pega de surpresa. Neste momento, a família é a que mais sofre, mas a sociedade tem combatido este tipo de crime" , acrescentou.