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Clima de tensão

Equipe de Lula discute reforço de segurança da posse após ameaça de atentado

Victoria Azevedo, Marianna Holanda e Cézar Feitoza - Folhapress
27 dez 2022 às 13:32

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- Antônio Cruz/Agência Brasil
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A equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discute reforçar a segurança do petista durante a cerimônia de posse, neste domingo (1º), após um bolsonarista tentar realizar um atentado com bomba no sábado (24).


O debate ocorre em meio a uma escalada de tensão no gabinete de transição e com autoridades em Brasília, após episódios de violências e de teor golpistas com apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). A tentativa de atentado reforçou a preocupação do entorno do futuro mandatário.

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Aliados de Lula afirmam que a decisão sobre o carro que Lula desfilará, por exemplo, será tomada no próprio dia 1º por motivos de segurança. Hoje há dois cenários em estudo: um em que o petista estará no tradicional Rolls Royce conversível; outro em que fará o percurso num carro fechado e blindado.

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A decisão será avaliada de acordo com a situação de animosidade política e eventuais riscos mapeados no dia. Também será levado em consideração as condições climáticas, uma vez que há previsão de chuva em Brasília para o dia.

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Outro ponto discutido é a participação ou não de Lula em algum show que ocorrerá na Esplanada dos Ministérios –são mais de 20 atrações confirmadas. Além da preocupação com a segurança do petista, também é levado em conta que isso poderá atrasar outros compromissos previstos da posse.


O tema foi tratado em reunião onde foram repassados pontos de segurança do evento. O encontro ocorreu nesta segunda (26), no hotel em que Lula está hospedado na capital federal.

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Participaram o delegado Andrei Passos Rodrigues, futuro diretor-geral da Polícia Federal, Flávio Dino, futuro ministro da Justiça, José Múcio Monteiro, que comandará a Defesa, e o embaixador Fernando Igreja. O diplomata coordena o cerimonial da posse.


Integrantes da equipe do petista estudam solicitar o aumento no efetivo de policiais militares trabalhando no dia 1º e ainda criar um protocolo mais ostensivo de revista do público.

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Nesta terça (27), Dino e Múcio irão se reunir pela manhã com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), para falar sobre a posse. Segundo aliados, o encontro tem como pano de fundo analisar possível reforço de segurança do evento diante da tentativa do atentado no último sábado.


No final de semana, George Washington de Oliveira Sousa colocou um explosivo dentro de um caminhão de combustível, cujo destino final era o Aeroporto de Brasília.

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Em depoimento à Polícia Civil do DF, ele disse que o objetivo era promover um "caos" que levaria à "decretação do estado de sítio no país" –o que, segundo George, poderia provocar a "intervenção das Forças Armadas".


Fontes ligadas à Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal afirmam que o plano de trabalho para o dia da posse é amplo e envolve a revista de todas as pessoas que entrarem na Esplanada dos Ministérios.
Além disso, haverá ainda pontos com detectores de metais e policiamento ostensivo, com todo o efetivo da Polícia Militar disponível para atuar durante o evento.

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Por isso, apesar da tensão causada pelos apoiadores de Bolsonaro, as equipes de segurança acreditam que será possível garantir a tranquilidade do evento.


Deve ocorrer nesta terça uma reunião de todas as forças de segurança envolvidas na posse para discutir o protocolo do evento e eventuais mudanças.

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No mesmo dia, o Comando Militar do Planalto vai fazer o primeiro ensaio da cerimônia, com foco no desfile em carro aberto e o momento após a assinatura do termo de posse. O ensaio final será na próxima sexta-feira (30).


O plano de segurança também envolve a tentativa de encerrar os atos antidemocráticos que ocorrem em frente a quartéis militares.


Integrantes do governo do Distrito Federal entraram em contato com o Exército nos últimos dois dias para pedir uma ação mais efetiva dos militares no caso dos manifestantes que estão acampados em frente ao Quartel-General da Força em Brasília.


Generais ouvidos pela Folha, no entanto, afirmam que atuam em um plano de desmobilização, cujo foco é o desmonte de tendas e banheiros químicos até a próxima sexta (30). Os militares acreditam que, dessa forma, os apoiadores de Bolsonaro devem deixar o espaço.

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