Em seu depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, o advogado Rogério Buratti afirmou que não praticou tráfico de influência e que entende o motivo de sua prisão. "Eu era o emblema da vez".
A CPI investiga a atuação do ex-assessor da Casa Civil, Waldomiro Diniz, ex-presidente da Loterj (Loteria Estadual do Rio de Janeiro), acusado de tentar extorquir empresas ligadas ao ramo de jogos.
Buratti é acusado de ter tentado extorquir R$ 6 milhões da Gtech para garantir à empresa a concessão da exploração das loterias da CEF (Caixa Econômica Federal), um contrato no valor de R$ 650 milhões, acusação já negada pelo advogado.
O depoimento de Buratti foi interrompido depois que os senadores questionaram a presença do promotor de São Paulo Haroldo Costa Filho na audiência. Foi ele que tomou o depoimento de Buratti em Ribeirão Preto. Alguns parlamentares consideraram que a presença do promotor constrangia o depoente e que isso poderia prejudicar o andamento do inquérito e fazer com Buratti deixasse de dar informações.
Após alguns minutos de discussão, os senadores decidiram que o promotor poderia permanecer na audiência, e o próprio Buratti afirmou que não se sente coagido com a presença dele.
Ex-assessor do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, quando este era prefeito de Ribeirão Preto, Buratti revelou que ele recebia R$ 50 mil por mês de empresa de lixo em troca de favorecimento em licitações do município.
Fonte: Folha Online e Abr