O Paraná vai intensificar a força-tarefa que investiga os ataques criminosos ocorridos em Guarapuava, na Região Central do Paraná, durante o feriado da Páscoa, entre a noite de domingo (17) e a madrugada de segunda-feira (18). Um grupo especializado, de Curitiba, se juntará à operação a partir de segunda (25), ampliando a integração entre as forças de segurança em busca da resolução do caso.
Atualmente, a força-tarefa é composta pelas polícias do Paraná (Civil, Militar e Científica), Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, além de Polícias Civis de outros estados. A informação foi confirmada pelo delegado Rubens Miranda, chefe da Subdivisão da PCPR (Polícia Civil do Paraná) em Guarapuava, durante entrevista coletiva nesta sexta-feira (22).
“Esse reforço vem para se somar com os policiais que já estão aqui, em campo, em busca da elucidação deste caso. É o momento de união de esforços para termos êxito na prisão desses bandidos que formam essa quadrilha”, destacou o delegado. “Não vamos sair de Guarapuava enquanto não avançarmos com as prisões”.
Leia mais:
Homem é baleado após entrevero por atraso do aluguel em Londrina
Armas somem do Batalhão do Exército em Cascavel, e inquérito apura envolvimento de militares
Serial killer de Alagoas morava a menos de 1 quilômetro dos locais dos crimes
PF visa militares que planejavam matar Lula e Alckmin antes da posse
Além do reforço no contingente de policiais, com operações diárias em campo, Miranda explicou que a força-tarefa conta com a tecnologia disponibilizada pela Sesp (Secretaria de Estado da Segurança Pública) na produção de provas para identificação dos assaltantes. Com apoio da Polícia Científica, todo o material biológico recolhido está sendo analisado em Curitiba.
Além disso, técnicos estão se dedicando em período integral à avaliação das imagens do circuito interno de segurança da transportadora de valores atacada pela facção. Em razão da grande quantidade de objetos, a expectativa é que o resultado dos exames fique pronto no começo da próxima semana.
Essa metodologia é essencial para saber se duas pessoas detidas, ouvidas pela polícia e posteriormente liberadas durante a semana, tiveram algum tipo de participação na tentativa de assalto. “Com os laudos e exames em mãos, vamos poder cruzar informações para chegar aos autores”, disse Miranda.
O delegado informou ainda que as investigações até o momento apontam para liderança de uma organização nacional, com olheiros locais que ajudaram no planejamento do crime. Segundo ele, a facção chegou à cidade bem próximo ao horário de início da tentativa de assalto, por volta das 22h de domingo, e se dividiu em duas partes – uma atacou o 16º Batalhão da Polícia Militar de Guarapuava e a outra ficou responsável pelo assalto à transportadora.
“Estamos falando de uma organização criminosa que transcende Guarapuava e o Paraná, por isso é uma investigação que demanda tempo para chegar a uma solução. É complexo, mas podemos dizer neste momento que a chefia desta quadrilha é de fora do Paraná, com a atuação de pessoas do estado”, afirmou o delegado.
Buscas
A Secretaria de Estado da Segurança Pública confirmou que 12 veículos usados pelos bandidos já foram localizados (quatro deles queimados e usados como barreiras pelos criminosos), além de nove armas (entre .50 BMG, 7,62, 5,56 e calibre 12 Combat); uma pistola Glock 9 mm com seletor de rajada; um carregador de AK 47; munições; capacetes e coletes balísticos; balaclavas, facas, celulares e lanternas; placas de veículo frias; e R$ 1,4 mil em espécie.
Um morador da cidade e dois policiais militares ficaram feridos durante a ação – um deles, o cabo Ricieri Chagas segue internado em estado grave.
Na ocasião, os criminosos atacaram a transportadora de valores e o 16º Batalhão de Polícia Militar, distantes por cerca de três quilômetros, ao mesmo tempo, numa tentativa de ganhar tempo para o assalto, o que foi frustrado pela reação das forças de segurança, que trabalharam para retirá-los da cidade. Eles também atearam fogo em caminhões em rodovias.